O guri magro que se move por todas as partes do ataque com a camisa 7 do Grêmio às costas antes se esgueirava pelas vielas de São José do Rio Preto, interior paulista. Luan venceu na vida. Muitos parceiros da época de adolescente ficaram pelo caminho.
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Da vida marcada pela dificuldade, restaram dois tipos de aprendizado para o jogador que virou referência no Grêmio de Roger Machado e é uma das apostas de vitória neste domingo, na Vila Belmiro, contra o Santos, às 16h. Primeiro, a de que é preciso valorizar as origens e tentar ser útil a quem não teve a mesma chance de crescer. Por isso, Luan ainda procura os amigos da época em que ainda não era jogador. Gente que mergulhou no tráfico de drogas.
_ Tem uns que já morreram, outros estão presos. Ainda sobraram alguns. Tento dizer que essa vida não compensa, vou tentar tirá-los _ diz, sério.
É a única parte da entrevista em que a expressão fica um pouco fechada. Sem citar nomes, Luan dá detalhes de um amigo com quem conversa frequentemente:
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_ É um irmãozão que cresceu comigo e está preso. Não é de sangue, mas considero irmão. Falo com ele por carta. Tento ajudar da forma que posso. Ele não me pede nada.
O segundo aprendizado que a dificuldade deixou é a coragem. Órfão de pai desde os quatro anos, Luan muitas vezes precisou resolver os problemas sozinho, apesar da forte ligação com a mãe, Márcia, para quem está comprando uma casa. Amadureceu cedo. Por isso, não tem medo da cara feia de alguns zagueiros.
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_ Tiro isso aí de letra. Eu encaro, não corro. Bato de frente. Desde pequeno, nunca baixei a cabeça para ninguém, sempre encarei de igual para igual _ garante, agora, sim, sorrindo.
Muito da realidade dos primeiros anos de vida é expressada nas músicas dos Racionais MC's, o grupo de rap preferido de Luan. Quando ouve as músicas, o garoto de anos e aparelho nos dentes perde um pouco a timidez e até arrisca alguns refrões.
A fase é boa. Lembra os primeiros momentos de 2014, quando era o melhor jogador do Grêmio na Libertadores até sofrer lesão na mão direita e parar para cirurgia. É dessa época o gol que considera o mais bonito da carreira, contra o Nacional de Medellín, da Colômbia.
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_ O professor (Roger) nos passa muita confiança, ajuda a todos. O coletivo é importante para o individual sobressair _ diz, usando as próprias palavras do técnico.
Dentro de campo, o posicionamento mudou. Luan hoje fica mais próximo da área. Contra o Cruzeiro, foi quem mais arrematou. E ainda sofreu o pênalti que Douglas converteu.
_ Acho que, na frente, rendo um pouco mais. Ali é o local da definição. Ele pede para que todos entrem na área. E tirou o nosso medo de errar as jogadas _ revela.
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Dentro de campo, o posicionamento mudou. Luan hoje fica mais próximo da área. Contra o Cruzeiro, foi quem mais arrematou. E ainda sofreu o pênalti.
Um trecho da música a Vida é Desafio, do grupo Racionais MCs, resume bem o momento do jovem talento tricolor:
"Não espere o futuro mudar tua vida, porque o futuro é a consequência do presente".
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