A Suécia passou por uma importante reformulação após a eliminação na primeira fase da Euro 2016. O técnico Erik Hamren foi demitido e o astro Zlatan Ibrahimovic se aposentou da seleção. Por outro lado, o novo treinador Janne Andersson fez um grande trabalho, montando uma equipe defensiva, organizada e baseada no coletivo. A estratégia deu resultado. O time venceu a França, superou a Holanda na fase de grupos das eliminatórias e eliminou ninguém menos que a Itália nos play-offs. Resta saber como será a vida sem Ibra na Copa.
Nas últimas semanas, houva uma especulação forte de que Ibrahimovic, hoje nos Los Angeles Galaxy, dos EUA, poderia desistir da aposentadoria da seleção para jogar a Copa do Mundo. Nesta semana, no entanto, a federação sueca confirmou que o atleta está definitivamente fora do Mundial. Além do mais, o próprio craque já disse acreditar que a sua saída gerou benefícios ao time, pois a equipe passou a jogar com menos pressão.
— Quando eu jogava, todos esperavam que nós ganhássemos o Mundial ou a Eurocopa. Se ganhar ou se perder, tanto faz, não é como era antes. Hoje, sem essa pressão, o jogo coletivo tem prevalecido — afirmou Ibrahimovic, em novembro de 2017, à Sky Sports.
Sem Ibra, caberá ao meia-atacante Emil Forsberg, do RB Leipzig, da Alemanha, ser a peça de desequilíbrio no setor ofensivo. Porém, o atleta de 26 anos não tem o quilate de uma estrela, o que pode fazer falta no Mundial.
— O espírito do time mudou. Com o técnico anterior, Erik Hamrén, todas as jogadas eram via Zlatan. Agora, o time joga no coletivo. Porém, não temos uma grande estrela. Eu acho que precisaríamos de uma grande estrela para conseguir ir longe na Copa — avalia o jornalista Daniel Kristoffersson, do jornal sueco Expressen.
A Suécia joga em um esquema 4-4-2 clássico. O zagueiro Lindelof, contratado pelo Manchester United por 35 milhões de euros, é a referência da defesa. Já a esperança de gols é o centroavante Marcus Berg, do Al Ain-EAU. O provável time tem: Olsen; Krafth, Lindelof, Granqvist e Augustinsson; Larsson, Ekdal, Claesson e Forsberg; Toivonen e Berg.
— A Suécia é um time muito disciplinado, com muita corrida e movimentação dos atletas, além de uma defesa sólida. A equipe sueca não corre muitos riscos e, às vezes, abusa da ligação direta da defesa para o ataque — analisa o jornalista.
A Suécia perdeu os dois amistosos de março, por 2 a 1 para o Chile, e por 1 a 0 para a Romênia. Na Copa, os suecos estão no Grupo F, ao lado de Alemanha, México e Coreia do Sul. Dependendo da combinação de resultados, podem ser os adversários do Brasil nas oitavas de final.
— Uma meta razoável seria ir para a fase mata-mata, mas não seria um fiasco se a gente não passasse de fase. A Suécia ganhou da França, deixou a Holanda fora da Copa e eliminou a Itália nos play-offs. Em um bom dia, podemos derrotar qualquer time — finaliza, esperançoso, o Kristoffersson.