
A licenciatura em educação física é a segunda maior do país, segundo dados do Censo da Educação Superior 2015, divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep). Ela concentra 10,2% das matrículas na graduação em licenciaturas e só é ultrapassada pelas matrículas em pedagogia, que correspondem a 44,3% do total de matrículas em licenciaturas.
Em números absolutos, são 149.011 matrículas na licenciatura em educação física e 648.998 em pedagogia. A oferta de educação física nas escolas de educação básica entrou no debate nacional após a retirada da obrigatoriedade da disciplina no ensino médio pela Medida Provisória do Novo Ensino Médio. Antes da MP, a disciplina era obrigatória, por lei. Agora, com o novo texto, no ensino médio, dependerá da aprovação da obrigatoriedade na Base Nacional Comum Curricular, atualmente em discussão. Segue obrigatória no ensino fundamental.
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As licenciaturas em filosofia, sociologia e artes, cuja obrigatoriedade no ensino médio também dependerá da definição da Base, estão entre as 20 com mais matrículas no Brasil. Aparecem respectivamente em 12º, 14º e 18º lugares.
Química e física
As licenciaturas em química e física também estão entre as 20 mais procuradas. A primeira ocupa a 10ª posição e a segunda, a 11ª. Mantêm as matrículas. No total, são 35.892 matrículas em química em todo o país, o que corresponde a 2,5% do total das matrículas em licenciaturas e 25.102, em física, o equivalente a 1,7. Ambos os números de matrículas se mantêm constantes em relação a 2014. As disciplinas estão entre os maiores déficits da educação básica, principalmente no ensino médio, segundo auditoria especial do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgada em 2014.
A situação é crítica também quando se tem professores lecionando as disciplinas. Segundo o Ministério da Educação, do total de 27.886 professores que lecionam física, 19.161 não tem licenciatura na disciplina, o que equivale a 68,7% do total. A formação de novos professores não acompanha a demanda, de 1,8 mil por ano. Seriam necessários, então, 11 anos para que todos os professores de física tivessem a formação adequada. Em química, 46,3% não têm a formação adequada.