A catástrofe ambiental provocada pelas cheias no Rio Grande do Sul atingiu severamente o campo. Dados da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) estimam que o agronegócio gaúcho pode ter perdido cerca de R$ 4 bilhões e deve levar ao menos uma década para a normalização do cenário. Para contornar a situação, o Sicoob vem apoiando uma série de ações para auxiliar as vítimas. Tanto é que, desde o início, já foram destinados mais de R$ 15 milhões na forma de doações.
Mais do que encabeçar inciativas, porém, o Sicoob reconhece o envolvimento de inúmeras pessoas que, de maneira espontânea e solidária, participaram de ações de resgate, acolhimento e reconstrução. Uma delas foi o cooperado Jonas Joel Müller, produtor rural e proprietário da fazenda Linha Wink, em Teutônia (RS).
A produção de aves e suínos, bem como a cadeia leiteira, foram duramente atingidas pela falta de insumos. Para aliviar as dificuldades voltadas para a nutrição dos rebanhos, Müller montou um ponto para recebimento e organização da logística de distribuição de doações no município. A união de esforços vindos de todo o Brasil garantiu a alimentação dos animais, possibilitando a continuidade das operações.
– A doação de todos foi muito importante. As primeiras duas semanas foram de trabalho árduo, sem hora para começar ou para terminar. Foi um grande desafio, mas por trás de tudo houve uma motivação maior, que foi o auxílio aos produtores rurais. O ponto de coleta facilitou que os donativos chegassem às propriedades afetadas – afirma o associado.
Os caminhões e as carretas com volumosos como silagem, pré-secado, feno, rações e outros concentrados foram destinados a Arroio do Meio, Bom Retiro do Sul, Colinas, Cruzeiro do Sul, Estrela, Feliz, Imigrante, Lajeado, Taquari, Teutônia, Travesseiro, Triunfo e Venâncio Aires. Ao todo, foram atendidos mais de 600 produtores rurais. As doações vieram de diversos estados brasileiros, como Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais.
– Ao direcionar recursos para a nutrição animal, auxiliamos não apenas os produtores rurais a restabelecerem suas atividades, mas também contribuímos para a manutenção da cadeia local. Isso foi crucial para garantir que os agricultores pudessem continuar a produção e, assim, sustentar suas famílias e comunidades – pontua o gerente da agência Sicoob de Teutônia, Evair Volnei Brune.
Rede de apoio
O Sicoob tem atuado de forma proativa na reconstrução do Estado, implementando medidas emergenciais que incluem a prorrogação de pagamentos de créditos rurais, a criação de linhas de crédito adaptadas às necessidades locais e a isenção de taxas para cooperados afetados. Além disso, as cooperativas, com o apoio do Instituto Sicoob, têm mobilizado e coordenado ações para auxiliar as famílias na reconstrução de suas casas e empresas e no restabelecimento das atividades.
– Vemos a reconstrução do Rio Grande do Sul como um processo contínuo e colaborativo. Até o fim deste ano, almejamos que o Estado esteja em um caminho sólido de recuperação, no qual as comunidades afetadas pelas enchentes possam se reerguer e retomar suas atividades dentro de uma possível normalidade – projeta Brune.
Uma das formas do Sicoob homenagear a resiliência do povo gaúcho diante das adversidades causadas pelas cheias, veio no formato de campanha. Batizada de “Somos do Sul”, a ação usa cooperados no lugar dos atores, que compartilham suas experiências, promovendo uma mensagem de esperança e otimismo.
– O material da campanha inclui fotos dos associados caracterizados como Laçadores modernos. Aqui, a bombacha, o lenço, o chapéu e o laço, tradicionais no traje, foram substituídos por uniformes de trabalho, como botas de borracha, galões de água, baldes e mangueiras. Os anúncios também acompanham mensagens que enfatizam a coragem e a união na superação de desafios – conta o executivo do Sicoob.
Assista a campanha