No meu tempo de curso primário, na década de 1940, havia nas escolas particulares aula semanal de trabalhos manuais. Aprendia-se a bordar e a costurar, o que nos capacitava a ter desenvoltura no manuseio de agulha e linha e desenvolver as aptidões artesanais. Aos 20 anos, cheguei a fazer meus vestidos do dia a dia, a partir dos Moldes McCall adquiridos na Casa Tschiedel e costurados na máquina Singer em casa.
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Os meninos também tinham aula de trabalhos manuais. Trabalhavam em madeira, recebiam noções de eletricidade e se capacitavam a quebrar o galho quando havia pequenos problemas dessa ordem em casa. Hoje os homens sabem prender botão, o que caiu do seu blazer ou da camisa, mas diante de um mau contato no liquidificador precisam chamar um técnico.
É importante os casais dividirem tarefas - o homem trocar fraldas do bebê, ajudar a retirar do living os utensílios de um jantar entre amigos e lavar a louça, enquanto comenta com a mulher a reunião de amigos em casa. É natural que ele supra algumas tarefas da mulher, por algum tempo, enquanto ela se prepara para um concurso, contribuindo para melhorar a situação econômica e gerar maior bem-estar na família.
A mulher de hoje é uma equilibrista entre sua carreira profissional e a vida pessoal. Não prioriza a carreira ao ponto de não achar tempo para prender um botão na camisa do marido. Camille Paglia, em sua entrevista à Veja, declarou que ser poderosa econômica e profissionalmente não significa a felicidade. Maior realização é das mulheres de classe média que "conseguiram produzir grandes famílias".
:: Pequenos gestos, grandes afetos
Exemplos de simples expressões de afeto e cumplicidade entre um casal e dicas de providências para chegar a esses agrados.
Ter anotadas na agenda as datas importantes de comemoração do casal, inclusive de ambas as famílias, para evitar esquecimento.
Interessar-se pelos assuntos importantes do outro.
Ajuda recíproca para afazeres domésticos, minimizando o estresse. Por exemplo, o marido que diz para a esposa: "Pode deixar que eu faço o supermercado hoje".
Agradar pessoas importantes para o outro, sugerindo oferecer um jantar em casa.
Lembrá-lo da hora do jogo e ocupar-se com outras coisas.
Lembrá-la da hora da novela e ocupar-se com outras coisas. Reprodução
Era assim
A Itália exerceu grande influência sobre os costumes na França, e foi Catarina de Medicis que implantou o uso do garfo, em 1582. É também do século 16 a chegada em Paris do beijo como forma de cumprimento. Ao tirar o chapéu para cumprimentar uma senhora, o homem educado lhe oferecia a mão para que ela a beijasse. Tratando-se de um nobre, ele era beijado também na face, num puro gesto de sociabilidade.
Hoje é assim
Essa forte manifestação de cortesia pouco durou. Quem passou a ter a mão beijada foi a mulher, com exceção das solteiras. Mas um beijo na mão valerá sempre como gesto carinhoso. No Brasil, o beijo ao cumprimentar é um exagero. Quando não há intimidade é a mulher que concede o rosto para um homem beijar, ele não toma a iniciativa. Entre duas mulheres, é a mais importante na relação que faz o gesto.
Aconteceu
Na noite do Oscar 2014, houve predomínio de vestidos de gala cobrindo todo o sapato na frente, chegando até o chão, às vezes com sobra. Cate Blanchett, para subir a escada do palco, suspendeu a saia com as duas mãos. A forma de caminhar com este tipo de saia é dirigindo-a para frente, com a perna quase esticada, o pé a um palmo da bainha. Um recado para as debutantes de 2014.
:: Etiqueta na prática
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Fotografar durante a festa
"É correto os participantes de uma festa constantemente fotografarem com seu celular a festa? Interrompem conversas e acabam chateando as pessoas." DECIO
Maioria das pessoas gosta, sabendo que será postada nas redes sociais. O que não pode é pedir pose especial, que acaba perturbando os momentos descontraídos. Mas o fotógrafo amador deve cuidar para não enquadrar um convidando que está mastigando ou bebendo.
Espumante em taça descartável
"Vou convidar 50 pessoas para um jantar comemorativo ao meu aniversário num restaurante. Cerveja e refrigerantes serão servidos em copos de vidro. É deselegante oferecer espumante em taça descartável para fazer os brindes?" ISABEL
Ao servir espumante em taça descartável, você não estará valorizando a bebida para um momento tão especial em seu jantar festivo. Esta taça combina com piquenique e praia.
Celular em sala de espera
"É comum que as pessoas falem alto, aguardando entrar num consultório. Pior ainda é ao celular, um desrespeito. Dá para chamar atenção?" RICARDO
Não cabe fazer a crítica. É curioso como, em geral, se fala alto ao celular, sem se dar conta. Quem sabe esta resposta valerá para as pessoas fazerem uma autocrítica ao usar seu celular publicamente?