Mariana Batistello, 24 anos, natural de Chapecó, em Santa Catarina, é mãe de Valentina, Monalisa e Felippa. As filhas, que ela conheceu pela internet, são duas bonecas Blythes e uma Lati Yellow.
Quando decidiu comprar sua primeira boneca, ninguém da família apoiou a ideia. O namorado, depois do susto, cedeu o dinheiro economizado para se mudarem e morar juntos.
- Minha avó dizia, sem entender: "Tu vais comprar uma boneca, pra quê?' - conta, revelando que as bonecas custam de R$ 300 até R$ 2 mil.
Quando resolveu unir a brincadeira com o que mais gosta de fazer, costurar, começou a postar na internet fotos das roupas que fazia para Valentina. Outras mães gostaram e perguntaram se ela faria para vender.
No começo, Mariana teve medo de ser tachada como costureira de roupa de bonecas. Com criatividade e persistência, ela provou o contrário.
Após concluir o curso de Design de Moda, decidiu investir na marca Pequena Valentina. Hoje, desenvolve modelos diversificados e estampas exclusivas. Produz uma média de 60 peças por mês, exporta para seis países e fatura cerca de R$ 1,5 mil mensais.
No universo das Blythes, é comum as boneca terem mãe, madrinha, tias, amigas. Mariana conta que achou isso estranho no começo, mas depois percebeu que era uma maneira de interagir e criar amizade com outras colecionadoras.
- É um mundo à parte. Tem até meninas especializadas em customização de maquiagem e cabelo.
Quando foram lançadas, em 1972, as bonecas de 28cm assustavam por causa do tamanho da cabeça e dos olhos exagerados, que mudam de cor e posição. Foram tiradas das prateleiras um ano após o lançamento.
Vinte e cinco anos depois, a jornalista americana Gina Garan ganhou uma Blythe de presente e a fotografou em diversos lugares, resultando no livro This is Blythe. Foi o ressurgimento da boneca, relançada em 1999.