Vira e mexe, eu recorro à pastinha Minhas Imagens para refrescar minha memória sobre as tendências da estação. É que, com a correria de um desfile atrás do outro, vou salvando, salvando, salvando as fotos, identifico as tendências principais, mas sempre tem algo que passa despercebido. Fazendo agora um dossiê moda inverno para preparar as próximas produções dos editoriais do Donna, algo em comum nas coleções apresentadas em Paris, Milão, Nova York e Londres me saltou aos olhos: a cor grená.
Lembrei de cara da minha bisavó Yolande. A vó Yolande amava a cor grená. Uma vez, a vó estava se arrumando para uma festa, o cabelinho branquinho, branquinho, quando apareceu com conjunto de saia e blusa na cor grená.
- Nossa, vó, como a senhora está bonita! – eu disse a ela.
– É o grená, filhotinha. Não tem quem não fique bonita de grená.
Foi a primeira vez que eu ouvi o nome “grená”. Pra mim, era uma espécie de bordô escuro, vinho, sei lá bem o quê. Mas até o nome grená é chique, vai dizer?
- Qual a cor do teu vestido?
– Grená.
Nossa. Eu acho muuuito elegante. Fica lindo em voo solo e muuito lindo misturado com tons fortes. Grená, segundo a Wikipédia, “vem do francês grenat, da cor granada. É uma variação de tom da cor vermelha, um pouco mais claro que o bordô”. Agora, pensando bem, eu sempre adorei a pedra granada, mas nunca tinha feito tal associação. Vivendo e aprendendo.
Fim de prosa: grená está reinando nas vitrines das capitais fashion mundo afora, em roupas e acessórios, eu acabo de lembrar que tinha um sapato de veludo grená a coisa mais linda do mundo que doei porque achei que nunca mais fosse usar (momento Mariana cortando os pulsos). E estou cruzando os dedos que chegue com tudo por aqui.