Um novo encontro do movimento Porto Alegre Capital Mundial do Churrasco conectou duas gerações para falar do nosso assado. Em pleno Acampamento Farroupilha, onde a fumaça é sinal de que a carne está na brasa, Arri Coser, fundador da Fogo de Chão, e Márcio Callage, sócio-fundador do 20BARRA9, trouxeram suas perspectivas e realizações ao transformar o que para muitos é lazer em negócio. O encontro ocorreu no Galpão da RBS no acampamento e contou com nomes do setor e da cadeia produtiva.

TRADIÇÃO E PIONEIRISMO
A primeira Fogo de Chão, em Porto Alegre, abriu as portas para servir o autêntico churrasco gaúcho: feito no espeto, no sistema de rodízio. Pouco tempo depois, abriu uma unidade em São Paulo. Ficou internacionalmente conhecida e expandiu para o exterior. Hoje, com mais de 50 filiais espalhadas pelos Estados Unidos, Equador, México, Porto Rico e Oriente Médio, a Fogo de Chão é motivo de orgulho não só para nós gaúchos, mas, especialmente, para Arri. Em mais de 40 anos de história, a churrascaria já passou por diversas mudanças da gastronomia, mas optou manter a tradição sempre em evidência.

Para Coser, os movimentos por trás da história são três: o início do espeto corrido; a migração do campo para os grandes centros; e a mistura de outras comidas nas churrascarias, como frutos do mar e culinária japonesa.
– A gente foi muito raiz nessa coisa de defender o churrasco. Colocamos no patamar que ele merecia – afirmou.
LEGADO E CONSTÂNCIA
Muitas coisas diferenciam a Fogo de Chão do 20BARRA9: data de inauguração, localização, cardápio, e por aí vai. Mas uma coisa segue o mesmo caminho: a valorização da cultura e do ritual sagrado do fogo. O restaurante hoje está espalhado pela cidade, com cinco casas dedicadas à carne, à brasa e à vontade de fazer diferente, sem perder a essência, como o seu próprio manifesto diz “com muita troca e sem preconceito. Menos fechado. Mais sangue bom”.

– A gente não teria como escolher outro assunto, porque não foi pela gastronomia que a gente entrou [no mundo dos negócios], foi pelo churrasco. E isso tem uma potência gigantesca! Se a gente começa a se imaginar como gaúchos, como pampa, olha quanta história poderosa temos para contar – declarou Callage.
ASSADO ESPECIAL
A Churrascaria Mais Querida de Porto Alegre, a Santo Antônio, comandou o churrasco para os convidados. Enquanto o restaurante brindava o título recém-divulgado, Jorge Aita e família, terceira geração à frente do negócio, serviam costelão, picanha e outras delícias, como o purê de batata-doce roxa e farofa de pinhão, para os convidados. O vinagrete de butiá chamou atenção de quem esteve no piquete, assim como a clássica caipirinha Caetano, de limão e laranja, que é indispensável para acompanhar o assado.

Além de ser eleita a mais querida, a Santo Antônio também ficou entre as mais votadas em outras categorias, como churrasco à la carte, costela raiz, vazio e atendimento.