Gustavo Brigatti
Letras com referências a zoofilia, orgias e drogas, muitos palavrões e piadas com nordestinos, mulheres e homossexuais. Ah, e uma capa sexista. Nos dias de hoje, é bem pouco provável que uma banda como Mamonas Assassinas se criasse. Mas não em 1995.
Naquele ano, o quinteto de Garulhos (SP) se consolidou como um dos maiores fenômenos do entretenimento brasileiro, com um disco que vendeu mais de três milhões de cópias, colocou quase todas as canções nas rádios e fez de seus autores figuras onipresentes na televisão. Depois de livros, especiais de TV e um filme, é a vez de O musical Mamonas resgatar um pouco desta história.
Com texto de Walter Daguerre e direção de José Possi Neto, o espetáculo chega a Porto Alegre neste sábado, em única apresentação no Teatro do Sesi. A ideia, segundo o diretor, é utilizar o humor característico do grupo e focar no que a trajetória de Dinho, Bento, Samuel, Júlio e Sérgio tinha de mais solar.
– Buscamos retratar o encontro desses cinco jovens de origem pobre, suas personalidades, criatividade e visões de mundo para a construção de uma carreira pautada por alegria, irreverência e imenso espírito crítico – diz Possi, em entrevista por e-mail. – Namoradas, família, fofocas e a tragédia final não foram nosso foco.