
O mais novo filme produzido por Joaquin Phoenix está marcado para estrear nesta sexta-feira (18) de maneira virtual em Londres e Nova York. Nomeado Gunda, o longa não tem como pretensão ser fácil de assistir, uma vez que vem com a proposta de convencer o público a abrir mão da carne. Para isso, a obra segue a jornada de encantadores animais de criação, cujo destino é o matadouro.
Essa é a última aposta do protagonista de Coringa, fervoroso militante dos animais e ativista vegano de longa data, que foi produtor-executivo do filme rodado a preto e branco e totalmente desprovido de comentários, diálogos e roteiro. De qualquer forma, o espectador não precisa de um enredo para saber onde Gunda, a porca norueguesa que dá nome ao filme, e seus filhotes vão terminar seus dias.
— A vida dos porcos não tem muitos mistérios. Eles viram linguiça — afirma o diretor do documentário, Victor Kossakovsky. —Mas Gunda ficou famosa. Tanta gente deixou de comer carne (por causa do filme) que o dono da fazenda resolveu deixá-la viver em paz até o fim dos seus dias— explica.
Phoenix e o diretor russo, que também é vegano, esperam que o longa-metragem, que estreia nesta sexta-feira, salve a vida de vários outros animais. Os dois se conheceram depois que o ator fez um discurso vibrante a favor dos animais ao receber o Oscar de melhor ator em fevereiro.
Com lágrimas nos olhos, o ator denunciou diante de Hollywood como os humanos permitem "inseminar artificialmente uma vaca (...) e quando ela dá à luz", seu bebê é roubado "apesar de seus gritos de angústia".
Os próximos a Kossakovsky, acostumados a ouvir discursos semelhantes do diretor, imediatamente o chamaram para saber se ele era o autor do texto de Phoenix. Contudo, ele nunca tinha conversado com o ator.
A escolha por dispensar comentários e até mesmo músicas na obra foi feita para evitar ou acusações de manipulação.