O motoboy que salvou um gatinho do parapeito da janela de um prédio em Canoas já vê as inesperadas surpresas chegarem até ele. Eliseu Oliveira dos Santos, 24 anos, começa, às 19h desta segunda-feira, um curso de bombeiro civil, presente que ganhou depois da atitude heroica. A conquista, para ele, é o caminho para a realização de um sonho.
– É um sonho! Quero trabalhar como bombeiro e, de alguma forma, poder ajudar as outras pessoas – projeta, superansioso pelas 300 horas de aulas teóricas e práticas que terá de resgate, socorro e prevenção de incêndio.
O melhor de tudo é que Eliseu poderá conciliar o curso com o trabalho atual. Isso porque as aulas acontecem de segunda a sexta-feira, a partir das 19h. O expediente de motoboy se encerra às 18h.
Não é possível prever quem serão as pessoas ajudadas pelo futuro bombeiro civil. Porém, pode-se dizer a quem ele quer dar exemplo: o filho, Keven Daniel, dois anos, e o enteado, Luís Eduardo, 12.
– Espero aprender bastante, focar bastante. Eu vou poder ser um espelho para meus filhos – orgulha-se.
A oportunidade
O presente foi oferecido pelo bombeiro civil Luan Souza, 28 anos, sócio-proprietário da escola Open Fire, em Canoas. O curso, que custa R$ 2.500, não será cobrado do motoboy.
Quando a atitude de Eliseu tomou conta das redes sociais, Luan quis ajudar.
– Ele tem o sonho de ser bombeiro. Eu soube do sonho, analisei a situação, entrei em contato e resolvi dar o curso. Ele é super-humilde, ficou totalmente emocionado – lembra.
– Ele foi lá, fez o que tinha que fazer, subiu na moto e foi embora. Lugar de herói humilde é nos bombeiros – conclui.
A história
Na terça-feira passada, o vídeo que mostra a atitude heroica de Eliseu viralizou nas redes sociais. As imagens mostram o motoboy arriscando a vida para resgatar um gato que estava no parapeito da janela de um prédio. Depois da atitude corajosa, ele voltou á moto e foi embora.
Ao Diário Gaúcho, ele contou por que fez o que fez.
– Eu vi um senhor gritando de longe que tinha um gato preso na janela. Encostei a moto e perguntei no que eu podia ajudar.
Eliseu garante não ter pensado antes de se arriscar.
– Fiz tudo no impulso. Sei que foi uma atitude arriscada, nunca tinha subido uma escada tão alta, mas eu não podia ver o bichinho naquela situação e não fazer nada.
*Produção: Juliano Zarembski