Fora do ar desde 2015, Palmirinha despontou nos últimos anos como uma das pessoas mais carismáticas da televisão brasileira. Hoje com 86 anos, trabalhou por quatro ao lado de Ana Maria Braga, na Record, e por 10 na TV Gazeta, antes de assinar, entre 2012 e 2015, com o canal pago Bem Simples.
Apesar da irreverência e do bom humor enquanto prepara suas receitas diante das câmeras, a história de vida de Palmirinha reserva capítulos bem tristes. Em entrevista publicada nesta quarta-feira (9) pela revista VEJA, ela falou sobre sua infância e sobre os problemas com o marido, pai de suas três filhas. Criada desde os seis anos por uma francesa – seus pais não tinham condições de lhe oferecer os cuidados que consideravam adequados –, Palmirinha se emocionou ao falar não ter tido infância nem adolescência.
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– Eu não podia brincar, ter uma infância como todo mundo teve. Por isso, quando vejo os jovens que me abraçam e me chamam de vovó Palmirinha, sinto que eles vivem aquilo que eu nunca vivi, então brinco, dou selinho. Quando eu tinha de 13 para 14 anos, meu pai faleceu e eu fui para Bauru para o velório. Eu ia voltar para São Paulo, mas não consegui porque precisei ajudar minha mãe em casa – declarou.
Sobre o casamento, disse ter sido agredida e dado um basta após 20 anos de relação. Se manteve firme com medo que as filhas não fossem ter um bom casamento e preocupada com o preconceito contra mulheres separadas.
– Batia, sim. Eu estava sempre com o olho inchado, machucada, com roxos pelo corpo. Naquela época, tinha o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização) e eu me matriculei para tentar terminar os estudos. Eu trabalhava durante o dia e estudava à noite. Quando eu chegava em casa, ele achava que eu estava em outro lugar e era aquele auê.