A falta de previsão da operação no aeroporto Salgado Filho fez com que voltasse ao debate a discussão sobre uma alternativa. A que vem sendo mais citada é a do terminal em Nova Santa Rita.
Em busca de informação, a coluna colheu uma perspectiva otimista: a opção mais adiantada no Estado já teria investimento alinhavado de R$ 6 bilhões. A alternativa seria o aeroporto de Vila Oliva, a cerca de 40 quilômetros do centro urbano de Caxias do Sul, na serra gaúcha.
— O Rio Grande do Sul precisa de um segundo aeroporto internacional do porte do Salgado Filho. O que está mais adiantado em estudos e licenças é Vila Oliva — afirma Paulo Menzel, presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura (InteLog).
Segundo o especialista, o terminal fica em uma região plana e pouco afetada por neblina. Oficialmente, seria um aeroporto regional, com investimento de R$ 200 milhões, muito baixo até para esse tipo de estrutura. Segundo Menzel, esse valor é apenas para estudos e projetos. E lembra que, só em estrutura viária, estão previstos R$ 520 milhões (leia aqui).
Há previsão de licitação assim que se completar a fase de licenças e autorizações, algo previsto para dentro de um ano e meio. Aí entraria o interessado. O investimento total, segundo Menzel, seria de R$ 6 bilhões, com investidor e operador definidos. Quem seriam esse corajosos é uma informação sigilosa, avisa o presidente da InteLog. E reforça que essa cifra não é só do aporte privado, inclui tudo, como custos dos estudos e a estrutura viária, por exemplo.
Enquanto o terminal aéreo de Porto Alegre tem capacidade para 11 milhões de passageiros por ano, a ambição seria ter até 8 milhões em Vila Oliva. Mas com uma diferença: seria mais focado em carga, não só a da Serra, que seria volumosa e com tendência de crescimento, dada a produção com maior valor agregado. A região de abrangência passa por Vacaria e vai até o sul de Santa Catarina. Segundo o especialista, complementação e concorrência fariam bem ao transporte aéreo do Estado, até um determinado limite:
— Não se pode esquecer o Salgado Filho, que precisa voltar a operar o mais cedo possível. Logística não funciona sem rede de interligações. Depois, é preciso cuidado. O Estado comporta mais um internacional, e chega. Não pode ter terceiro, quarto, quinto, para não inviabilizar a todos pela disputa de carga e passageiros.
Tecnicamente, Nova Santa Rita não é considera uma boa alternativa por especialistas. Entre as razões, estão a proximidade da área pretendida dos rios Caí e Sinos. Essa localização fez o município ser severamente atingida pelo dilúvio de maio. Outra é o fato de a operação usar mesmo espaço aéreo da Base Aérea de Canoas. Isso ocorre hoje com o Salgado Filho, mas se um conflito duplo já é complicado, triplo seria pior.