Uma reunião na prefeitura de Rio Grande discute, no início da tarde desta quarta-feira, os impactos de um provável pedido de recuperação judicial da Engevix Construções Oceânicas (Ecovix), que deve ser seguido de grande volume de demissões do atuais 3,5 mil funcionários.
A informação, divulgada nesta quarta-feira pelo jornal Valor Econômico, provocou comoção na cidade por ser mais um sintoma da crise do modelo da indústria naval e pelo temor de cortes numerosos.
As pendências da Ecovix, cujo controle hoje é da holding Jackson Empreendimentos, são estimadas em R$ 6 bilhoes, a maior parte com a Petrobras, também principal cliente da empresa. A Ecovix foi criada em 2000 pela empreiteira Engevix, uma das envolvidas na operação Lava-Jato, com apoio de um fundo de infraestrutura ligado à Funcef, fundação dos funcionários da Caixa Econômica Federal.
Leia mais
Cresce o risco de o polo naval de Rio Grande encalhar
Polo naval teme transferência para a China
Quase 6 mil trabalhadores param o estaleiro em Rio Grande
A empresa havia vencido uma licitação da Petrobras para a construção de oito cascos de plataformas para exploração de petróleo do tipo FPSO, contrato estimado em US$ 3,5 bilhões. Dois foram entregues com atraso, dois foram transferidos para a China e três teriam pedido cancelado pela Petrobras, preocupada com a demora na entrega e o alto custo em relação à concorrência internacional.