Registrada pela coluna, a indireta de Eduardo Leite em direção aos deputados do partido Novo não parou na crítica feita pelo governador em suas redes sociais. Incomodados, Fábio Ostermann e Giuseppe Riesgo reagiram no ambiente virtual e subiram o tom crítico à reforma tributária enviada pelo Piratini à Assembleia Legislativa.
Fábio Ostermann chegou a dizer que Leite não propôs uma "discussão honesta" a respeito do tema, quando apresentou as propostas aos parlamentares. Caso o tivesse feito, sustentou o parlamentar, a reforma ganharia apoio do partido Novo.
A reação ocorreu a partir da crítica feita por Leite de que a bancada do Novo não apoiou os projetos que rediscutiam impostos e tributos no Rio Grande do Sul.
O governador elogiou a postura de João Amôedo, que foi candidato à presidência pelo partido de Ostermann e Riesgo, favorável ao encerramento dos benefícios fiscais sobre produtos da cesta básica, por exemplo. A leitura de Amôedo é de que seria mais eficiente caso o valor (que passaria a ser arrecadado) fosse destinado diretamente aos mais vulneráveis.
"Infelizmente, o fim dos subsídios na cesta básica (c/ devolução p/ baixa renda) foi muito atacado pela bancada do Novo no RS", argumentou Leite em seu perfil.
Além de Ostermann, Giuseppe Riesgo também reagiu. E afirmou que o pacote apresentado pelo governador do Estado não permitiu uma "discussão racional" sobre cada uma das questões pretendidas. A postagem de Riesgo gerou nova manifestação de Leite, que buscou uma publicação antiga do parlamentar para questionar: "essa era a 'discussão racional' sobre corte de subsídios na cesta básica"?
Outro lado
Em contato com a coluna, a bancada do partido Novo se posicionou sobre a troca de farpas. E disse que lamenta as provocações do governador Eduardo Leite sobre a reforma tributária apresentada em 2020. Em nota, os deputados Giuseppe Riesgo e Fábio Ostermann esclareceram que, na visão deles, "o foco do governo precisa ser a construção de uma reforma menos onerosa ao cidadão gaúcho".
"Em vez disso, Leite prefere ficar remoendo uma derrota que parece não ter superado", avaliou Riesgo.
Os parlamentares acrescentaram que a proposta, rechaçada por eles, previa a retirada de benefícios fiscais sobre itens da cesta básica, mas "aumentava impostos como o IPVA e o ITCD". "O governo não possibilitou a discussão separada de temas tão relevantes. Logo, não havia como aceitar a revisão dos subsídios sem aceitar também um brutal aumento de impostos", ponderou Ostermann.
"Lamentamos que o governador personaliza e direciona as críticas apenas aos deputados do Partido Novo. Precisamos de maturidade para discutirmos uma reforma equilibrada e que não onere os gaúchos", concluiu Riesgo.