Os prognósticos climáticos trazem uma ponta de preocupação para os produtores do Rio Grande do Sul.
A chuva intensa já provoca atraso no plantio das culturas de inverno (na foto acima, canola e aveia). No trigo, o percentual estava abaixo da média para o período – o dado mais recente da Emater indica apenas 3% da área semeada.
Professor associado da faculdade de Meteorologia da Universidade Federal de Pelotas, Julio Marques diz que o clima deve se manter de forma semelhante à registrada nas últimas semanas:
– A previsão é de chuva acima do normal em junho e julho, com frentes frias regulares.
O excesso de umidade não favorece em nada o plantio, saturando o solo, que acaba não secando. Por enquanto, as máquinas estão paradas na maior parte dos locais e o que se vê são áreas encharcadas (foto abaixo).
Embora os meses definidores da safra de trigo sejam setembro e outubro, as chuvas de agora dificultam o estabelecimento de lavouras e diminuem a janela de plantio, acrescenta João Leonardo Pires, pesquisador da Embrapa Trigo.
– O que nos preocupa não é só o atraso em si, mas também o volume de precipitações e o fato de que não há perspectivas de melhora – afirma Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado.
É nas principais regiões produtoras do cereal que o adiamento do plantio tem sido registrado – de Santa Rosa, no Noroeste, até as Missões.