Francisco Marshall
Com a palavra grega biblion (livro) e o sufixo latino cidium (de caedere, matar, imolar, por abaixo) forma-se este neologismo impuro (com étimos de idiomas diversos), biblicídio, para ato de impureza máxima, matar ou tentar matar livros. É fenômeno cultural antigo e inclui formas correlatas de atentados a autores e memórias políticas e sociais, em ações do Estado, comunitárias, da Igreja ou de uma combinação destas. A intolerância, sobretudo religiosa, o fervor antiliterário e anticientífico, a esquizofrenia nacionalista, o puritanismo sexual, a paranoia de regimes totalitários e o furor doentio das massas sob comando demagógico, são as fontes desta atitude deplorável, tristemente atual. Uma pessoa ou uma cultura saudáveis incendiariam livros?
- Mais sobre:
- caderno doc
- jeferson tenório