
Era crônica de um título anunciado, este que nesta quarta-feira deu ao Grêmio o tri da América e a chance de acabar com o planeta logo ali adiante. As previsões se confirmaram. Todas elas. A camisa mais pesada, a experiência em decisões, o Lanús tendo de sair e, claro, dando espaços por onde Luan criaria.
O tamanho dos clubes gritou. O Lanús se assustou. Tremeu diante do gigantismo de seu oponente. Travou. O Grêmio, ao contrário, parecia treinar no CT, senhor das ações. Focado, sólido, encurtando marcação, antecipando sempre, tabelando com naturalidade. Quantas vezes Renato falou que na Argentina o Grêmio jogaria melhor? Só a expulsão desnecessária de Ramiro ficou fora do script.
Escrevi, aqui na coluna, que das cinco finais do Grêmio esta era a de maior superioridade de um time sobre o outro. E apostei: marcação alta no começo do jogo, para tirar o Lanús da zona de conforto. Depois, relógio apavorando os argentinos, marcação média e contra-ataque.
O Grêmio de gala sempre se exibiu fora de casa. Bingo. E Renato? Ainda vai ser campeão como presidente. Sugiro não uma, mas duas estátuas: uma de jogador, outra de técnico. Que tal?
Como não poderia deixar de ser na finalíssima, a estrela de Renato brilhou de novo. Só ele defendeu Fernandinho, e o primeiro gol, o que desmontou o Lanús, foi dele. O segundo, e de Luan, é gol de craque, de quem vai à Copa. Alô, Tite. Luan é o craque da Libertadores.
Alguns jogadores brilharam como nunca. Arthur é mesmo um projeto de Iniesta. Pega o jogo, qualquer jogo, põe no bolso e acaba com a festa. É tão craque quanto Luan. Bressan se manteve seguro, frio como um iceberg.
Houve um pequeno susto no gol de pênalti, já com quatro atacantes. Nada grave. Um tricampeão da América incontestável. Se jogar como nesta quarta-feira, de fraque, que venha o Real Madrid, rumo ao bi mundial.
Heróis
A campanha do Tri tem muitos bons jogadores, mas alguns heróis, pela excelência no campeonato. Marcelo Grohe operou milagres quando o time mais precisou.
Luan, o craque. Arthur, que elevou o meio-campo a um nível impressionante. O Grêmio caiu de rendimento após sua lesão. E, claro: Renato, a lenda, o maior de todos.