Carlos Gerbase
O romance Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie, faz uma poderosa reflexão sobre as relações entre as populações africanas contemporâneas e os países do Primeiro Mundo. Adichie é nigeriana e viveu situações semelhantes às de seus jovens personagens, que pretendem ampliar seus horizontes estudando em universidades americanas ou inglesas. Ifemelu, a protagonista, viveu uma paixão juvenil por Obinze, seu colega de escola, mas o destino acaba separando-os dolorosamente. À medida que a narrativa evolui, numa engenhosa estrutura de idas e vindas no tempo, o leitor percebe que há uma espécie de desconforto emocional (ou, quem sabe, espiritual) na consciência de Ifemelu, que experimenta as facetas mais sofisticadas (e endinheiradas) dos Estados Unidos e da Europa, mas não esquece a vida real de seu país real.
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