Carlos Gerbase
A rainha Elizabeth II morreu e com ela morreu também a imagem romântica do império britânico. O rei Charles III não tem, nem de longe, o carisma de sua mãe. Seus netos, que em trajes civis até parecem simpáticos, quando colocam seus luxuosos trajes militares acabam mostrando o que realmente são: herdeiros de uma potência colonialista hoje em franca decadência, que num passado nem tão remoto foi responsável por incontáveis crimes e atrocidades por todo o planeta. A própria ideia de realeza não faz mais sentido nos dias de hoje, embora, para uma boa parte da população inglesa, Elizabeth significasse a encarnação de um ideal de pátria. Aquela pátria que, em dado momento, é bom lembrar, foi o último bastião da Europa contra o nazifascismo. A História está cheia de paradoxos.