Carlos Gerbase
John Lydon, ou Johnny Rotten, ou Joãozinho Podre. Chame como quiser. Ele foi o líder de uma das bandas mais importantes da história do rock’n’roll, os Sex Pistols, que em 1976 sacudiu o marasmo do rock progressivo inglês – que não progredia para lugar algum e era tão conservador quanto a rainha Elizabeth II – e instalou uma era de anarquia sonora, de contestação social, de protesto, de aproximação com o público e de feroz inovação. Uma revolução que até hoje influencia músicos do mundo inteiro. O álbum Never Mind the Bollocks tem lugar em qualquer antologia séria de música contemporânea. Ele fez com o rock’n’roll o que A Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky, fez com a música erudita, o que as montanhas de Paul Cézanne fizeram com a pintura, o que Ulisses, de James Joyce, fez com a literatura. A arte do século 20 muito deve a John Lydon.