
Morreu na tarde desta segunda-feira (16), aos 81 anos, o advogado e ex-chefe da Casa Civil do Estado Mathias Nagelstein. O jurista era pai do atual presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Valter Nagelstein (MDB). Ele estava internado na Santa Casa, na Capital, devido à doença de alzheimer.
A notícia foi tornada pública durante a sessão do Legislativo desta tarde: exercendo a presidência, Monica Leal (PP) encerrou os trabalhos, quando seriam votados projetos do pacote de Marchezan, devido ao falecimento de Nagelstein.
— Tendo em vista o falecimento do pai do presidente Valter Nagelstein, doutor Mathias Nagelstein, o qual era uma personalidade política e jurídica muito conhecida, dou por encerrada a sessão — anunciou Monica, recorrendo ao artigo 144 do regimento da Casa, que prevê fim da sessão em qualquer fase "pelo falecimento de autoridade ou alta personalidade".
Natural de Caxias do Sul, Nagelstein formou-se em Direito pela PUCRS em 1961. Especialista em direito criminal, foi vereador em Bagé (1968-1971), procurador-geral do município de Porto Alegre (1986-1989), chefe da Casa Civil do Estado (1991-1992), juiz do Tribunal Militar do RS (1991-1997) e procurador federal do Incra. Como advogado criminalista, teve carreira destacada.
Em 2002, foi publicada sua obra Dicionário Básico de Direito Penal. Nagelstein foi agraciado, devido à dedicação à carreira jurídica, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS). Foi filiado ao MDB e ao PDT, conselheiro do Inter e presidente do Guarany de Bagé — os dois clubes emitiram notas de pesar.
"Meu pai foi o maior tribuno da sua geração, um criminalista perspicaz, competente, o melhor advogado de júri do seu tempo. Um professor de penal querido de seus alunos. Foi juiz, procurador, cultura ímpar e uma ironia fina, educado mas também firme quando necessário. Um bravo", escreveu Valter no Twitter.
Colegas no PDT, Neuza Canabarro e Alceu Collares, de quem Nagelstein foi chefe da Casa Civil, manifestaram condolências pela perda de "um grande amigo".
— Somos amigos desde a década de 1950, em Bagé. Foi-se um magnífico companheiro no trabalhismo e uma pessoa de conhecimento jurídico inestimável — declarou o ex-governador Collares.
Autoridades como o prefeito Nelson Marchezan e o governador José Ivo Sartori também manifestaram pesar. O velório está marcado para as 9h desta terça-feira (17) no Tribunal de Justiça Militar (Avenida Praia de Belas, 799). O enterro será no Cemitério Israelita.

