
O cenário eleitoral em Farroupilha é conturbado e indefinido dizem alguns presidentes de partidos da cidade. Nem mesmo a coligação formada por sete partidos (PDT, PSB, Rede, PT, PRB, PSD e PCdoB) e liderada pelo prefeito Claiton Gonçalves (PDT) foi capaz de construir um nome de consenso para a disputa eleitoral de 2020. Os presidentes dos partidos ouvidos pela reportagem apostam de duas até quatro candidaturas. Por enquanto, o quebra-cabeça é de incertezas.
No segundo mandato, Claiton tem pelo menos três nomes que compõem sua equipe com desejo de concorrer à prefeitura: o vice-prefeito, Pedro Pedrozo (PSB), a secretaria da Educação, Elaine Giuliato (PDT), e a secretária de Desenvolvimento Social e Habitação, Maria da Glória Menegotto (Rede). Nos bastidores, o secretário de Gestão e Desenvolvimento Humano, Vandré Fardin (PSB), conta com o apoio do prefeito. O secretário de Desenvolvimento Rural, Fernando Silvestrin (PSB), também tem a intenção de disputar o pleito.
Diante de tantas opções, o presidente do PDT, vereador Thiago Brunet, diz que a candidata do partido para concorrer à prefeitura é Elaine Giuliato. Ele conta que solicitou aos presidentes de cada sigla da coligação que apresentem seus candidatos até o final do ano:
– Os partidos estão com dificuldades de apresentar os (candidatos) deles (risos). É porque tem muitos nomes. Alguns partidos da minha coligação têm dois, três nomes de pessoas que desejam ser candidatos a prefeito. Eu dei um tempo para os partidos definirem seus candidatos. Agora temos que sentar cada um com o seu candidato e escolher um nome.
Apesar das indefinições e de descontentamentos de alguns partidos da coligação, Brunet acredita na manutenção da mesma coligação.
– Estamos trabalhando para não perder essa unidade. A gente entende que essa unidade é importante para ganhar as próximas eleições. Não podemos ir para uma reunião com um partido tendo mais de um nome.
A janela partidária que possibilita a troca de partido por vereadores abre em março do ano que vem, e pode apresentar outros nomes no cenário. As lideranças políticas da cidade preveem um pleito com três ou quatro candidaturas.
O vice-prefeito e presidente do PSB, Pedro Pedrozo, está disposto a concorrer a prefeito da cidade.
– Quem decide vai ser o conjunto dos partidos. O PSB tem candidatos a oferecer e eu sou o candidato natural (a prefeito). Tem outros colegas nosso (do PSB) que almejam essa posição. Estamos trabalhando para ter o cabeça de chapa. O PSB quer crescer – afirma.
Ele ainda cita os nomes de outros socialistas dispostos a concorrer a prefeito, como o Fernando Silvestrin, Roque Severgnini e Vandré Fardin, respectivamente, titulares nas pastas de Desenvolvimento Rural, Desenvolvimento Econômico e Gestão e Desenvolvimento Humano.
Pedrozo diz que a definição do candidato deverá ocorrer no final do ano.
Desta forma, o cenário deve ficar mais definido próximo do final do ano.
SIGLAS DA BASE
PRB
:: A eleição da deputada estadual Fran Somensi colocou o PRB em outro patamar na política de Farroupilha. Ela está impedida de concorrer por ser casada com o prefeito Claiton. O presidente da sigla e secretário de Meio Ambiente, Tiago Ilha, diz que há entendimentos divergentes sobre a possibilidade de Fran estar apta a concorrer, mas diz que a deputada e o partido decidiram que ela deve concluir o mandato na Assembleia e não irá concorrer à prefeitura.
Nos bastidores, a informação é que o PRB busca um nome para o partido indicar como candidato a vice-prefeito na chapa da situação. De saída do PT, o vereador e líder do governo Fabiano Picoli teria sido convidado para se filiar ao PRB. Porém, o caminho mais natural é aceitar o convite para ingressar no PDT.
– A gente acredita que antes de ter nomes devemos ter projeto. Estamos criando um projeto para o futuro da cidade. A gente não está pleiteando a candidatura de prefeito e nem de vice – desconversa Tiago.
Rede
:: A porta-voz da Comissão Provisória da Rede, Renata Trubian, confirma que a sigla pretende lançar a secretária de Desenvolvimento Social e Habitação Maria da Glória Menegotto (Rede) como candidata à prefeita. A prioridade é liderar a chapa da situação, mas não descarta concorrer como uma via alternativa. Renata lembra que a Rede é o terceiro partido com o maior número de votos na coligação, atrás apenas do PDT e PSB.
– A gente tem trabalhado muito para que a Glória esteja na majoritária de preferência como candidata a prefeita da coligação. Se for impossível (a candidatura a prefeita na coligação) vamos reavaliar a possibilidade de uma candidatura própria sozinha.
Renata comenta ainda que Glória recebeu o convite de outros partidos para concorrer a prefeita.
– Existe a possibilidade de eu e a Glória trocarmos de sigla. Vamos avaliar no contexto da candidatura à majoritária.
NEUTRO
PSD
:: Mesmo diante da investigação de improbidade administrativa do Ministério Público por ter recebido R$ 20 mil de propina em uma licitação, e de ser alvo de investigação no Legislativo, que pede a cassação do seu mandato por irregularidades, as duas quando era presidente da Câmara, em 2014, o vereador de Farroupilha Sedenir Catafesta confirma sua pré-candidatura à prefeitura. Ele nega as acusações.
No final de junho, Catafesta foi exonerado do cargo de secretário de Esporte, Lazer e Juventude após a divulgação da denúncia do MP. Com a fritura pública, Catafesta diz que sua candidatura é neutra.
– Os últimos acontecimentos (as denúncias) me deixaram mais forte. Meu nome não vai pelo governo. Não fui valorizado pelo governo. O governo está perdendo tempo de trabalhar, lançar e fortalecer um nome. Dentro do governo tem várias pessoas que poderiam estar na linha de frente. Vou concorrer de qualquer jeito. Não sou mais governo. Sou neutro, hoje sou comunidade.
Mesmo com as críticas à condução para a definição do candidato da coligação da situação, Catafesta admite que está disposto a conversar com os partidos da base.
– Estou aberto ao diálogo e à união do governo.
Catafesta prevê uma eleição com três ou quatro candidatos.
OS PARTIDOS ADVERSÁRIOS
MDB
:: Com os principais nomes enfraquecidos, o MDB deve compor como vice na chapa encabeçada pelo PP. O ex-prefeito e ex-deputado Álvaro Boessio fracassou na disputa para a Assembleia. O ex-prefeito Bolivar Pasqual está inelegível por oito anos. Ele teve as contas de 2008 reprovadas pela Câmara de Vereadores em 16 de outubro de 2018. Já Baretta perdeu capital político com as derrotas do ex-governador José Ivo Sartori e de Boessio.
Mesmo com cinco cadeiras na Câmara Municipal, o MDB não conseguiu formar um sucessor para as principais lideranças do partido na cidade: Pasqual, Baretta e Boessio. O presidente da sigla e vereador Jorge Cenci e o vereador Jonas Tomazini estão na disputa para concorrer a vice na chapa com o PP.
Censi diz que o partido tem nomes que poderiam liderar uma chapa, mas admite que a prioridade fechar uma parceria com o PP, que tem Feltrin com uma "boa aceitação e é um candidato muito forte".
PP
:: Se a base do governo ainda procura definir o candidato, as forças de oposição PP e MDB estão ensaiando concorrerem juntos. O PP que apoiou o MDB nas últimas quatro eleições deve lançar o empresário Fabiano Feltrin (PP) como candidato a prefeito. Contra Feltrin pesa já ter sido vice-prefeito na gestão do prefeito Ademir Baretta (MDB) de 2008/2012. Caso Feltrin desista da candidatura, o PP tem outros dois candidatos: o empresário Daniel Bampi, atual presidente da Câmara de Indústria Comércio e Serviços (CICS) e a ex-presidente da entidade, Nádia Emer Grasselli.
O presidente do PP, vereador Kiko Paese, diz que o nome do candidato será anunciado em dezembro.
– Já temos um nome bem adiantado, mas não estamos divulgando para não prejudicar os outros.
O presidente do PP adianta que a sigla não irá negociar a cabeça de chapa. Apesar da vontade do MDB em compor com o PP, Paese diz ainda não tem nada definido na coligação para a majoritária. Ele diz que também não está descartada concorrer com chapa pura.
– Vamos esperar a convenção do MDB e depois vamos conversar com eles, com o PL. Só não vamos conversar com os partidos de esquerda – diz.

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