Homem da linha de frente do presidente da República, Michel Temer, na Câmara dos Deputados, o peemedebista Mauro Pereira está convicto com as medidas propostas pelo governo até o momento, como a Reforma Trabalhista.
No entanto, apesar de ter votado a favor da proposta da Reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara, Mauro segue garantindo que ainda não definiu seu voto sobre o tema. Ele diz que espera mudanças no projeto original enviado pelo Planalto para votar favorável.
Na entrevista concedida na sexta-feira, o peemedebista falou sobre o apoio a Temer e ao ex-deputado Eduardo Cunha. Também avaliou a abertura de impeachment do prefeito de Caxias, Daniel Guerra (PRB).
Pioneiro: Qual sua avaliação sobre o presidente Michel Temer?
Mauro Pereira: O presidente Michel Temer é uma pessoa muito educada, polida e respeita, em especial, os parlamentares e as entidades. Ele está focado em colocar o Brasil no status de respeitabilidade no país e no mundo. O Brasil tinha perdido total a credibilidade e essa é a grande preocupação dele. Ele quer deixar o legado de um Brasil melhor para o próximo presidente. O Michel Temer pegou o Brasil quebrado e com mais de 13 milhões de desempregados do Governo Dilma. Pegou o Brasil sem emprego e sem credibilidade nenhuma.
O senhor se arrepende do apoio ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha?
Não me arrependo. Não apoiei Eduardo Cunha. Não conhecia Eduardo Cunha. Sempre me relacionei muito bem com o presidente da Câmara, que é o meu chefe e tenho que respeitar. Respeitei ele (Cunha) até o momento em que não sabia do passado dele. No momento em que fiquei sabendo, simplesmente me afastei e votei pelo impeachment (cassação) dele.
O senhor votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma sob argumento de combater a corrupção. O Governo Temer coleciona denúncias de corrupção contra seus integrantes. Não é um contrassenso?
Não. O impeachment da presidenta Dilma não foi por corrupção, foi por pedaladas fiscais, por má administração, má gerência e falta de relacionamento com o Congresso. Por isso que ela foi cassada e não me arrependo nem um pouco.
O apoio a um governo impopular não está tendo um custo político elevado?
As pesquisas, em especial, Datafolha e Ibope, são campeãs em errar. O que me influencia é poder conversar com os ministros e o presidente diariamente, e nessa relação se vê a responsabilidade e a preocupação com o país. Meus apoios são importantes para a sociedade brasileira. É importante para a geração de emprego, para a segurança jurídica. Estamos vivendo um momento em que o Brasil está globalizado e não é uma vila. O Brasil mantém relações com o mundo todo e nossos empreendedores concorrem diretamente com China, Estados Unidos e Europa e temos que deixar o Brasil preparado para competir e gerar empregos no país.
Suas posições podem prejudicar seu futuro político?
O mais importante é que quem fala mal de mim e me critica é o pessoal do PT, PCdoB, CUT, CTB. Foram eles que quebraram o Brasil. Essas pessoas que me agridem não fazem diferença nenhuma. As mentiras que eles espalharam para a sociedade vão cair por água abaixo. Eu confio na inteligência das pessoas. Falaram que votei contra os aposentados, mas a votação nem aconteceu ainda. Estou apanhando há quatro meses, mas a votação não aconteceu. As pessoas que trabalham para denegrir a minha imagem são do mal e estão revoltadas porque a contribuição sindical que ganhavam para fazer campanha política não vai ter mais. Agora eles vão ter que lutar para que os trabalhadores paguem a contribuição sindical. Eles diziam que a Reforma Trabalhista iria tirar direitos dos trabalhadores. Entrou em vigor e vê se tirou direito de alguém? Pelo contrário, está ajudando a gerar emprego. Não me arrependo das minhas posições.
Mas o senhor votou a favor da Reforma da Previdência na comissão especial sobre o assunto na Câmara. A tendência é votar a favor no plenário?
Todos os projetos de lei que têm emenda na Constituição precisam passar pela comissão para que possa ser tramitado no plenário. Agora estão dizendo que a Reforma será votada no dia 19 de fevereiro. Em 2015, quando a presidente Dilma mandou uma Reforma da Previdência, que era liderada pelo deputado Pepe Vargas (PT), eu votei favorável também para a tramitação. Estamos negociando a Reforma da Previdência com o governo e tem pautas importantes que eles precisam rever. Não colocaram em votação ainda porque já falei: se vocês não mudarem algumas coisas, não vou votar favorável. O meu voto ainda está indefinido porque estamos debatendo, em especial (medidas) relacionadas ao servidores públicos.
O senhor tem sido vítima de agressões. Isso lhe preocupa?
Já foram três agressões. Todas elas são pessoas radicais e vinculadas ao PT e que estão brabas porque votei pelo impeachment da Dilma, por falar o que penso de Luiz Inácio Lula da Silva. Tenho as minhas posições e não dá para mudar mais.
Houve uma perda de seu espaço ao ficar de fora da Executiva do PMDB caxiense?
A minha maior preocupação é com o meu trabalho. É com economia, emprego e saúde. Não tenho tempo para me dedicar muito ao meu partido de tanta função aqui em Brasília, onde trabalho de segunda a sexta-feira.
Como está sua pré-candidatura a deputado federal?
Depende do meu partido. Temos a Executiva, o diretório estadual e eles vão decidir sobre o meu futuro.
Qual sua avaliação sobre a abertura de impeachment do prefeito Daniel Guerra?
Vai dar oportunidade ao prefeito Daniel Guerra mostrar a verdade. Eu acredito que, no caso dele, é só cumprir as leis que o pessoal está cobrando que automaticamente o impeachment cai. Estou vendo que ele está tendo problema com o financiamento da cultura, do esporte e com as professoras. Existe a lei para isso. Ele precisa seguir a lei e, automaticamente, os vereadores vão arquivar o processo. O problema do prefeito Daniel Guerra é mais uma questão de relação com a Câmara e com a sociedade. É só ele seguir a lei que não tem problema nenhum. Se ele não seguir a lei, tem problema. A Dilma não seguiu a lei, ela teve as pedaladas fiscais e pagou por isso.