O Presídio Estadual de Canela iniciou um novo projeto de trabalho penal na Serra, com apoio da 7ª Delegacia Penitenciária Regional, da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe). Para capacitação e motivando a ressocialização, a iniciativa ensina apenados a fabricarem e trabalharem com tijolos de gesso. Atualmente, 10 presos estão participando dos cursos de qualificação, que tem a Universal dos Presídios (UNP) como apoiadora.
O projeto de remição qualifica os participantes para fabricação dos tijolos e também para a aplicação e pintura. Neste primeiro momento, a produção será utilizada dentro da casa prisional. As atividades também permitem a diminuição da pena, com a redução de um dia a cada três trabalhados.
— Vai ser o início, meio e fim com a aplicação em uma parede. Hoje, a produção que está em andamento será utilizada na sala de visitas (do presídio) — explica a diretora do Presídio Estadual de Canela, Cléria Luiza Diel.
A produção diária é variável, como conta Cléria, e pode chegar a 500 tijolos. No dia a dia, cinco apenados participam diretamente do trabalho. Alguns dos presos que estão nesta qualificação também auxiliaram na obra do Canil Regional (Canil-7), o primeiro da Susepe na Serra, construído com mão de obra prisional.
— A gente faz com amor, como se fosse para nós fora daqui — disse um dos apenados que está na fabricação de tijolos de gesso.
Com um custo menor, a iniciativa possibilita uma série de benefícios, como explica o titular da 7ª Delegacia Penitenciária Regional, Fernando Demutti.
— Temos desde a qualificação do preso, com o curso, depois temos a melhoria do espaço destinado às visitas dos próprios presos. Então, vamos ter uma qualidade na prestação do serviço. Os presos também podem enxergar uma atividade remuneratória para quando vier a liberdade, eles retornarem ao convívio social e poderem manter o próprio sustento e da sua família — declara o delegado.