
Pesquisadores envolvidos na primeira fase do estudo CovidTel Gaúcho enfrentam dificuldades para obter respostas sobre as medidas de proteção individual tomadas por moradores da Serra. Em andamento desde 26 de setembro, o levantamento telefônico tem uma baixa taxa de adesão. Das 226 ligações feitas para a região com DDD 54, a maioria não foi atendida. O contato não pode ser feito em 166 ligações. Dos que atenderam, 36 se recusaram a responder e apenas 24 colaboraram com os cientistas.
A pesquisa, liderada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), é dividida em três etapas. Nesta primeira, o questionário que envolve perguntas sobre a saúde em geral e sobre as medidas de proteção adotadas em relação ao coronavírus demora cerca de 20 minutos para ser respondido. Outras duas rodadas serão feitas, uma em seis meses e outra depois de um ano, para verificar se a pandemia impactou em uma mudança de comportamento dos gaúchos em relação à adoção de medidas difundidas devido ao avanço da covid-19 e que podem prevenir outras doenças respiratórias.
— Todo inverno a gente tem pronto-socorro lotado, tem criança e idoso sofrendo com as nossas doenças respiratórias. A gente viu que com medidas simples, como uso do álcool, manter a distância, uso de máscaras, a gente pode diminuir. Então, a gente precisa saber o quanto as pessoas entendem isso, o quanto as pessoas estão usando, quem está usando, para a gente poder pensar em medidas de educação em saúde para que a gente tire alguma coisa boa da pandemia, que é pensar em promoção de saúde para os próximos invernos gaúchos — salienta a coordenadora da pesquisa, Janaína Vieira dos Santos Motta, que pede a colaboração dos moradores da Serra.
Ela avalia que a alta recusa na região pode estar associada ao medo de golpes ou à falta de tempo. No entanto, salienta que não há perguntas sobre bens e a renda da família, apenas sobre o acesso ao auxílio emergencial. Além disso, caso a pessoa não possa responder no momento, é possível agendar um horário para que o pesquisador entre em contato.
A amostra final do estudo compreenderá 2.844 entrevistas em todo o Estado, que foi dividido de acordo com o DDD. Dessas, 711 são de moradores da região de DDD 54, que abrange a Serra.
Sobre o estudo
O questionário aplicado aos participantes da pesquisa envolve o conhecimento e o uso de medidas de proteção individual. Mas o estudo engloba também outras perguntas sobre as condições de saúde em geral. Isso porque pretende avaliar a prevalência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que são fatores de risco para complicações por Covid-19, além de conhecer a utilização de medicação em geral e de uso contínuo, descrever a prevalência de sintomas de ansiedade, depressão e insônia no período e apresentar o perfil de estilo de vida (atividade física, alimentação, consumo de álcool e tabagismo). Os cientistas vão apurar ainda dados sobre a utilização de benefícios sociais e experiência de insegurança alimentar.
Confira os números que estão ligando para moradores da região:
(53) 98424-2524 (Telefone para contato com a equipe)
(53) 98452-7381
(53) 98408-4799
(53) 98469-5660
(53) 99986-7467
(53) 98475-6560
(53) 98457-4203
(53) 98415-2027
(53) 98417-7634
(53) 98477-1682
(53) 98457-4308
(53) 99988-7816