
O retorno de Caxias do Sul para a bandeira laranja no Modelo de Distanciamento Controlado trouxe a perspectiva de retomada para as escolas de Educação Infantil. Embora não esteja prevista pelo governo do Estado, a volta das aulas nas escolinhas deve ser autorizada pela prefeitura mediante a aprovação de um plano de contingência apresentado por cada instituição.
Uso de máscaras, controle de temperatura e distância mínima de 1,5 metro entre cada aluno estão entre as medidas adotadas pelas escolas para prevenir a disseminação do coronavírus. As normas foram estabelecidas por uma portaria do governo estadual publicada no início de junho. Em Caxias, as escolas que quiserem retomar o atendimento devem protocolar o plano na Secretaria de Urbanismo, que encaminha o documento para análise e aprovação das pastas de Saúde e Educação, em um processo que leva cerca de 25 dias para ser concluído.
Segundo o titular do Urbanismo, João Uez, e o vice-prefeito, Edio Elói Frizzo, a retomada das aulas será imediata à aprovação do plano. No entanto, o Sindicato das Instituições de Educação Infantil Particulares (Sinpré) aguarda um novo regramento por parte do governo do Estado já que, até agora, o funcionamento das atividades não é previsto em nenhuma das bandeiras do distanciamento controlado.
– Estamos trabalhando com a perspectiva de que a gente volte em setembro, como o governador tinha previsto – estima Christiane Welter Pereira, presidente do Sinpré.
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O presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), que negocia o modelo intermediário com o governo do Estado para dar mais autonomia às prefeituras, também é cauteloso em relação à reabertura das escolinhas.
– Não está no horizonte das discussões, assim como escolinhas de futebol e clubes esportivos. Um passinho de cada vez – afirma José Carlos Breda.
O discurso mais comedido é compartilhado pelo presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Emanuel Hassen de Jesus:
– Não foi debatido nada sobre a educação. Não foi cogitado por ninguém essa situação.
Escolas perderam até 60% de matrículas
Para a presidente do Sinpré, Christiane Welter Pereira, as escolas particulares têm condições de atender os alunos com segurança. Segundo ela, algumas regras já eram adotadas mesmo antes da pandemia, com o limite de seis crianças do berçário por educador, respeitando o limite de 1,5 metro, por exemplo. Além disso, ela estima que 40% das famílias de alunos opte pelo retorno assim que as escolas voltarem, o que garantiria um distanciamento ainda maior. Segundo Christiane, a pressão para o retorno não diz respeito somente à retomada da atividade econômica.
– Não podemos ser demagogos, temos nossas empresas e queremos reabrir. Mas a gente recebe telefonemas de pais desesperados que precisam voltar a trabalhar, não contam com suporte de parentes na cidade e não sabem o que fazer com os filhos. Sabemos de mães que perderam o emprego por isso. O que nós pleiteamos é que as famílias possam ser soberanas na decisão de levar ou não suas crianças.
Antes da pandemia, as 180 escolas infantis atendiam 9 mil crianças em Caxias. Segundo Christiane, 60% das matrículas dos pequenos de até três anos e 30% de alunos de quatro a cinco foram canceladas desde março.
As regras
Algumas medidas que as escolas infantis devem adotar:
:: Todos os espaços devem respeitar o distanciamento mínimo obrigatório entre as pessoas de 1,5 metro com máscara e 2 metros sem a máscara (durante as refeições, por exemplo).
:: Implementar corredores de sentido único para coordenar os fluxos de entrada, circulação e saída.
:: Evitar o uso de espaços comuns que facilitem aglomerações, como pátios, refeitórios, ginásios e bibliotecas.
:: Escalonar horários de intervalo, refeições, saída e entrada de salas de aula.
:: Evitar o acesso de pais, responsáveis e cuidadores, com exceção do momento de entrada e de saída dos alunos. Mesmo assim, com máscara e respeitando o distanciamento.
:: Evitar aglomeração nos horários de saída e entrada, privilegiando o sistema de drive-thru.
:: Assegurar que trabalhadores e alunos do grupo de risco permaneçam em casa, sem prejuízo de remuneração e de acompanhamento das aulas, respectivamente.
:: Aferir a temperatura de todas as pessoas na entrada da escola, por meio de termômetro digital infravermelho, vedando a entrada de quem registrar 37,8 graus ou mais.
:: São proibidas atividades esportivas coletivas, além de festas, formações presenciais de professores, reuniões para entrega de avaliações, excursões e passeios externos.
:: A máscara não deve ser usada por criança menor de dois anos, pessoa que não seja capaz de removê-la sem assistência, assim como por qualquer pessoa durante o período de sono
:: Crianças menores de seis anos devem receber auxílio para lavar as mãos com regularidade.
:: Pisos e superfícies de áreas comuns devem ser higienizados a cada turno
:: Disponibilizar álcool gel na porta e nos demais ambientes da escola.
:: Bebedouros devem ser desativados.