
Amor. Esse é um verbo que o professor Emerson de Vargas mais utiliza para definir a sua mãe Julieta de Vargas, vítima da covid-19 no dia 30 de junho, aos 81 anos.
— A minha mãe foi o meu maior exemplo do que é ser uma pessoa amorosa. A mãe era o amor em pessoa. Basicamente, a gente pode resumir a mãe assim, uma das pessoas mais amorosas que tive o prazer de conviver — salienta Emerson.
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Esse é o perfil de quem sempre foi muito conhecida pelos inúmeros abraços que distribuía aos conhecidos do bairro Desvio Rizzo, onde residia e construiu sua história. Constantemente alegre, Julieta era daquelas pessoas que tinha um humor diferente e bem elaborado. Segundo o filho, por vezes até um pouco debochada. Vinda de uma geração que começou a trabalhar desde muito cedo, era uma batalhadora e que se aposentou depois dos 60. Tinha para si que o trabalho e a ajuda ao próximo eram essenciais na vida e isso é a grande lição que passou aos quatro filhos e que chegam agora aos três netos.
— Ela sempre ensinou a gente a trabalhar. Ajudou quem ela conseguiu e do jeito dela, sempre nos ensinou a dividir as coisas sem que aquilo fosse um problema, queria que fosse algo natural. Ela pensava além do carinho, na generosidade — destaca Emerson.
Só que esses últimos meses não foram nada fáceis. Em março, após reclamar de dores no abdômen, Julieta descobriu que estava com câncer no intestino e de uma forma muito agressiva e já adiantada. Ela foi internada para tratamento no Hospital Geral, mas acabou tendo também o diagnóstico positivo para a covid-19.
A infecção acelerou um quadro que já se mostrava grave e abreviou sua vida. Da internação na UTI até o óbito, foram apenas três dias. Ficaram os exemplos para que a família prossiga firme e consiga repassar seus ensinamentos adiante.
— Foi uma pessoa muito forte, de uma família batalhadora. Sempre nos ensinou a ser forte, independente da situação — lembra Emerson.
