
Pelo menos sete escolas de samba devem se apresentar em 29 de fevereiro, sábado seguinte à terça de Carnaval, na Rua Plácido de Castro, em Caxias do Sul. Estão previstas as escolas Incríveis do Ritmo, Pérola Negra, Acadêmicos do Arsenal, 15 de Novembro, Filhos de Jardel, Protegidos de Princesa e Unidos do São Vicente.
Com isso, a participação conjunta das agremiações volta a ocorrer na cidade após três anos sem o evento — o último desfile ocorreu em 2016, quando nove escolas participaram. Algumas das escolas que costumavam participar não estarão na apresentação deste ano em função da desmobilização nos últimos anos de integrantes que atuavam nas agremiações.
Não está garantido, no entanto, o desfile completo das escolas de samba de Caxias do Sul por toda a extensão da Plácido junto ao quarteirão do complexo da Maesa em 2020. Em entrevista ao programa Gaúcha Hoje, da rádio Gaúcha Serra, nesta sexta-feira (24), o diretor de Carnaval da Associação das Entidades Carnavalescas de Caxias do Sul (Assencar), Elvino Santos, explicou que a falta de recursos e o pouco tempo de preparação das escolas deverá resultar numa apresentação menor.
— O último desfile que nós fizemos foi de 360 metros de avenida. Talvez nós tenhamos 100 metros para uma evolução das escolas que quiserem fazer. Sabemos que algumas escolas têm materiais guardados porque vinham num processo de desfilar todos os anos [...] Se tivesse um recurso imediato, claro que se viabilizaria melhor uma ação neste curto espaço de tempo, porque os profissionais do Carnaval são pessoas que trabalham com isso - artistas plásticos, músicos e o próprio carnavalesco, que são remunerados para essas questões.
Para a edição deste ano, a prefeitura não colocará recursos na festa porque isso não está previsto no orçamento, segundo o que afirmou em entrevista nesta semana à Gaúcha Serra o vice-prefeito Edio Elói Frizzo (PSB). O apoio será com serviços como o fechamento da rua para o desfile e banheiros químicos, mas sem arquibancadas, como em outros anos.
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Santos reconhece que as escolas de samba também poderiam ter se mobilizado para conquistar recursos de outras formas nos últimos anos, quando não contaram com recursos municipais. Ele comenta que isso poderia ser feito, por exemplo, inscrevendo projeto em editais de leis de incentivo. O diretor da Assencar, no entanto, defende o investimento de recursos públicos na festa, argumentando que isso é feito em outras frentes na área da cultura na cidade, como o teatro, a dança e a música clássica.
— Qualquer segmento cultural que se movimente e busque o seu lugar com certeza está participando da saúde, da educação e da segurança. Quem não conhece o que traz de benefícios para a comunidade uma realização dessas não tem argumentos para colocar que retirar dinheiro (do evento) é uma coisa boa.
Conforme Santos, a iniciativa de tratar do Carnaval de 2020 com as escolas de Caxias do Sul partiu da nova administração municipal, após o impeachment de Daniel Guerra (Republicanos). No entanto, afirma que as agremiações já buscavam se mobilizar e, de qualquer forma, iriam procurar a administração municipal caso não tivesse sido feito nenhum contato.
Ouça a entrevista completa: