O Ministério do Meio Ambiente deve concluir o processo licitatório para concessão de parques nacionais de Canela, São Francisco de Paula e Cambará do Sul até outubro. É a previsão que o ministro Ricardo Salles adiantou na manhã desta quinta-feira (4) em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. O ministro estará na próxima semana em visita ao Estado para formalizar a concessão, processo aguardado há anos pela comunidade da Serra, e que deve impactar na gestão e estrutura da Floresta Nacional de Canela, da Floresta Nacional de São Francisco de Paula e do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) Aparados da Serra, de Cambará do Sul, que contempla os dois parques: Serra Geral e Aparados da Serra.
— O privado terá liberdade para oferecer todo rol de serviços, produtos e infraestrutura que entender que são possíveis de implementar em cada unidade. Com isso, prestigiamos a criatividade do empreendedor, a iniciativa, e permitimos que ele traga ideias do Exterior. Nós deixamos o setor privado mostrar sua força e o Estado se limita a dizer quais os pontos vedados — explicou o ministro.
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A comitiva do Ministério do Meio Ambiente chega na próxima quinta-feira (11) e tem como roteiro os municípios de Canela, São Francisco de Paula e Cambará, até a noite da sexta, quando irá para Porto Alegre. O governador Eduardo Leite deve integrar o diálogo para que sejam discutidas, inclusive, possibilidades de parcerias entre Estado e Federação – como as más condições das estradas estaduais que levam até os parques e que, muitas vezes, dependendo das condições climáticas, inviabilizam o passeio. O ministro defende também mais flexibilidade nas ações das concessionárias que assumirão os parques.
— Até hoje o Parque Nacional de Foz do Iguaçu não tem cobertura adequada de internet para que os frequentadores possam postar as fotos do passeio, porque a unidade não permite que se instale antenas. E isso acontece porque não está previsto no edital de 20 anos atrás — exemplificou.
A cobrança de ingressos nos parques, tendência arrecadatória para manutenção dos serviços, é admitida pelo ministro, que não citou a média de valores cobrados – apenas resumiu a necessidade de equilíbrio financeiro entre concessionária e comunidade.
— Este processo está maduro no Rio Grande do Sul e só falta o instrumento da concessão para que deslanche. Todos estão de acordo e, agora, vamos ver qual é a modelagem — resumiu.
Escute a entrevista com o ministro Ricardo Salles: