O motorista envolvido no acidente que matou três mulheres em Nova Prata, Sidnei da Silva de Moraes, 33 anos, se apresentou na tarde desta segunda-feira na Polícia Civil, acompanhado de advogado.
O delegado responsável pelo caso, André de Matos Mendes, afirma que Moraes admite ter ingerido bebida alcoólica momentos antes da tragédia. A versão dada pelo condutor é que estaria trafegando pela ERS-324, próximo ao antigo britador do município, em torno das 3h, quando um caminhão que trafegava no sentido contrário com luz alta invadiu a pista em que ele trafegava. No entanto, quatro testemunhas ouvidas pelo delegado acrescentam informações que colocam dúvidas na versão dada por Moraes.
- As testemunhas dizem que ele teria ido a um churrasco, bebido e utilizado drogas, e depois foi a um bar que fica às margens da ERS. Lá, bebeu e usou mais drogas. Ele admite ter bebido pelo menos três cervejas, mas nega o uso de entorpecentes - detalha o delegado.
Uma das testemunhas teria andado de carona com Moraes na noite da sexta-feira, antes do acidente que matou as três mulheres, e ficado assustada com as manobras arriscadas que ele empregava ao volante. Ela afirmaria, ainda, que o motorista estava indo comprar mais drogas em um bairro quando sofreu o acidente. As vítimas estariam indo para casa de carona.
Ao delegado, o suspeito alegou que saía do bar próximo das 3h para cuidar dos filhos de 10 e 17 anos. Já em casa, as três mulheres pediram carona até uma danceteria às margens da rodovia. Ele estaria indo deixá-las e depois retornaria para casa. Após o acidente, ele teria ido de carona com um desconhecido até a cidade de Marau, se alojado na residência de uma familiar, de onde teria retornado somente nesta segunda, para comparecer à delegacia.
- Ele diz que ficou com medo da reação dos maridos das vítimas, que fizessem algo contra ele, por isso fugiu do acidente - continua o delegado.
O condutor foi encaminhado para exame de sangue nesta segunda-feira. Ele trabalha como instalador de piscinas em Nova Prata e não tinha antecedentes criminais. O advogado que representa Moraes, Lindon Roberto Bolsoni, afirma que o cliente não é usuário de drogas e só estava atendendo ao pedido de levar as vítimas até uma boate. Caso contrário, estaria em casa.
- Ele e a esposa usavam cinto de segurança, e isso foi o diferencial da fatalidade. Ele está muito abalado, machucado inclusive, e vai procurar socorro médico só agora. Está com medo de ser linchado pela família - descreve o advogado.
Moraes era cunhado de Eliane Nunes, 39 anos, e Vera Lúcia Lourenço Nunes, 43, mortas no acidente. Também era amigo da terceira vítima, Grasiela Terezinha Sanches, 43. É casado há mais de dez anos com Luciane Nunes, 36 anos, que ficou ferida, mas passa bem.