A vinda de imigrantes ao Brasil, principalmente de Senegal, Bangladesh, Gana e Haiti foi tema de uma reportagem exibida neste domingo no programa Fantástico, da Rede Globo. A matéria abordou o recente fenômeno migratório vivido no país, onde o número de pedidos de refúgio cresceu 800% em quatro anos. A ênfase foi na vinda de ganeses a Caxias do Sul, citando também a presença de senegaleses no município.
>> Discriminação no trabalho é registrado contra migrantes em Caxias
Um ponto que chamou a atenção foi a opinião de populares caxienses. No início da matéria, uma enquete realizada na praça Dante Alighieri expõe a aversão de parte da população quanto à vinda dos migrantes.
- Não acho justa a convivência deles aqui no meio da gente - diz um morador.
- Sem falar todas as doenças que eles estão trazendo - completa mulher.
- O pessoal daqui vai perder emprego por causa disso. Porque por qualquer mixaria eles estão trabalhando - afirma um senhor.
- Acho que, inclusive, até aqueles que já estão vindo aqui têm que ir embora - reclama outra senhora.
>> Chegada de ganeses provoca discussão na Câmara de Vereadores
>> Ganeses abrigados em seminário recebem muitas doações
Quase todos os ganeses foram encaminhados a empregos em outras cidades no Rio Grande do Sul, não oferecendo concorrência no mercado de trabalho caxiense. Os migrantes ficaram abrigados no seminário diocesano Nossa Senhora Aparecida enquanto aguardavam a emissão de CPF e da Carteira de Trabalho pela Polícia Federal.
A reportagem do Fantástico entrevistou a irmã Maria do Carmo, do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), e também acompanhou o primeiro dia de trabalho de um grupo de 20 ganeses encaminhados a uma fábrica de produtos em conserva em São Sebastião de Caí.
- Eu preciso trabalhar! Eu só quero agradecer a todos os brasileiros, porque eles gostam de todo mundo. Isso me fez amar o Brasil. Não tem racismo. Todo mundo é igual - conta um dos ganeses.
Em nenhum ganês foi diagnosticada doença contagiosa ou que impeça o trabalho. De acordo com um levantamento entre empresas da Serra gaúcha, há 7 mil vagas abertas na região. Mas tem sido difícil atrair jovens brasileiros.
- A geração Y não tem muita paciência nos postos de trabalho e quer os resultados de forma imediata - justificou Claudio Oderich, diretor da empresa.