Neste sábado, a 25ª Região Tradicionalista elege as primeiras prendas e peões que durante um ano trabalharão em nome das tradições gaúchas e atuarão como líderes, criando ações e projetos para a divulgação da cultura rio-grandense. O dia é também de despedida para um time de 10 prendas e peões, que passam os cargos aos seus sucessores.
- Foi uma lição de vida, de amadurecimento - resume a 1ª Prenda Adulta da 25ª RT, Shaiane da Fonseca da Rosa, 19 anos.
<< Confira no blog De Galpão, em Pioneiro.com, da jornalista Manuela Teixeira, a lista dos candidatos no concurso de prendas e peões da 25ª RT
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O prendado foi uma consequência natural na vida de Shaiane, vinda de uma família cuja mãe e tias já foram também "prendas de faixa". Apesar da intimidade com a cultura gaúcha - ganhou o primeiro vestido com três meses e desde os cinco anos dança em CTG -, ostentar uma faixa de primeira prenda exigiu renúncias.
Para se preparar para o concurso estadual, que escolhe as primeiras prendas do Rio Grande do Sul, ela optou por interromper a faculdade de Ciências Contábeis neste semestre. Trabalhando em um escritório de contabilidade, as noites, os finais de semana e até os intervalos do almoço eram utilizados para estudar.
Porém, a adesão ao concurso se contrapõe ao número de CTGs e piquetes: a região que se orgulha em ter a cidade com o maior número de entidades tradicionalistas - cerca de 110 em Caxias e, destas, 34 com atividades artísticas -, tem apenas 17 candidatos ao título de prendas e peões da região. Das prendas, são quatro na mirim, seis na juvenil e apenas uma na adulta.
- Essa falta de incentivo vem de todos os lados. Das escolas, onde a cultura gaúcha só é valorizada na Semana Farroupilha, das famílias, onde muitas acham que "só gastarão dinheiro" e das próprias entidades, que acabam por incentivar as danças para o Enart ou rodeios e esquecem do prendado - avalia Shaiane.
Entre os meninos, a adesão é ainda menor. As categorias Piá, Guri e Peão somam juntas seis candidatos. Ainda que não tivesse concorrentes no ano passado, Gabriel Vivan, 16, Peão da 25ª RT, teve que mostrar aptidões campeiras, artísticas e fazer a prova teórica.
- Meu pai é mais ligado à cultura italiana, que também participou da formação do gaúcho. Ele que me incentivou a entrar em um CTG, aos seis anos. A parte campeira foi a mais difícil, trançar em couro, encilhar cavalo, mostrar domínio ao montar o animal - conta.
Para Priscila Tisott, 24, é justamente as aptidões do campo aquelas que mais afastam os guris dos concursos, já que Caxias é uma região com característica industrial. Ela, que já foi prenda estadual três vezes (1ª na categoria Juvenil e 2ª na Miriam e Adulta), agora auxilia a preparação de concorrentes.