Usadas no tratamento de doenças sanguíneas, como anemias e leucemias, as células-tronco do sangue do cordão umbilical e da placenta podem ser armazenadas logo após o parto.
Elas substituem as células da medula óssea que estavam doentes por células novas e sadias.
Hoje, um dos mais tradicionais tratamento contra essas doenças é o transplante de medula óssea. Mas há um porém nele: a dificuldade de se encontrar um doador.
- O sangue do cordão umbilical passa a ser um ótimo substituto para a medula óssea no transplante, com a vantagem que se pode guardar as células do sangue do cordão umbilical em bancos. Elas ficam congeladas e, quando precisa, descongela e usa no paciente. Neste sentido, é muito bom ter o banco de sangue de cordão umbilical para substituir, ao invés de ter que ir atrás do doador da medula, ver onde ele está morando, se ainda está disposto a doar _ explica a coordenadora da Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular Aplicada à Saúde da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Nance Nardi.
Nance fala especificamente de bancos públicos, onde são armazenados materiais que foram doados por mães e que ficam à disposição de quem precisar primeiro. Não há custos.
No Rio Grande do Sul, existe apenas um banco público, que é o do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Estão conservadas lá 450 unidades. E liberadas para transplante 280 unidades. Mas isso ainda não ocorreu porque, até o momento, nenhum material foi compatível com algum paciente.
Existem ainda os bancos privados. Mas eles guardam o sangue do cordão umbilical e da placenta para que seja usado no próprio bebê que o forneceu. Para isso, os pais pagam em média R$ 3 mil para o procedimento de coleta e R$ 600 anuais para a armazenagem.
A expectativa para 2012 do Hemocord, único banco privado com laboratório no Rio Grande do Sul, é ultrapassar 100 coletas em Caxias do Sul. No primeiro semestre, foram feitos 50 procedimentos na cidade, que fica atrás apenas de Porto Alegre.
Os dois filhos de Julieta e Valmir Schulz, de Carlos Barbosa, têm o material guardado para eles próprios. O caçula, João Gabriel, nasceu no dia 9 de julho, no Hospital Saúde. Logo após o parto, o material foi coletado.
- Eu vejo como uma poupança futura. Não é dinheiro, mas é uma coisa boa. Talvez não para agora, daqui a uns anos possa precisar - contou Julieta Schulz, 35 anos, enquanto se preparava para a cesariana.
A escolha do casal não é consenso entre os médicos. As divergências residem principalmente em um ponto: guardar para uso próprio ou doar? Fora essas duas opções, outro destino é o lixo.