Economia

Caged
Notícia

Caxias gera 6,1 mil novas vagas de emprego em 2024

A empregabilidade foi puxada, principalmente, pela indústria e pelo setor de serviços, que registraram saldos positivos de 3.502 e 1.789, respectivamente

Alana Fernandes

Enviar emailVer perfil
Neimar De Cesero / Agencia RBS
A indústria foi o setor com melhor desempenho em 2024, em Caxias do Sul.

Caxias do Sul registrou crescimento na geração de empregos formais em 2024. Dados divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam um saldo positivo de 6.145 vagas. Ao todo, foram 99.028 admissões contra 92.883 demissões nos últimos 12 meses. 

O número total representa um aumento de 83% no saldo de vagas geradas na comparação com 2023, quando foram criados 3.345 postos de trabalho na cidade. Para fins comparativos, em 2023, o dado apresentou recuo 45% em relação a 2022, ano em que a cidade somou 6.086 novas carteiras assinadas.

A empregabilidade, no ano passado, foi puxada pela indústria e pelo setor de serviços, que registraram saldos positivos de 3.502 e 1.789, respectivamente. O comércio, por sua vez, contabilizou 835 carteiras assinadas a mais e a construção civil, 37. A agropecuária foi o único setor caxiense que mais demitiu que contratou nos 12 meses de 2024, ficando com saldo negativo de 18 vagas.

Reprodução / Reprodução

Os dados compilados pela plataforma do governo federal também permitem identificar que somente em dois meses do ano passado o saldo ficou no vermelho, ou seja, mais trabalhadores foram demitidos do que contratados: em maio e em dezembro. O quinto mês do ano, marcado pela crise climática, perdeu 102 postos de trabalho. Dezembro, por sua vez, teve saldo de -2.851 empregos formais. Janeiro (com 1.730 novas vagas), fevereiro (2.831), abril (1.277) e outubro (1.125) foram os meses com o melhor desempenho.

Economista, professora e diretora de Planejamento, Economia e Estatística da CIC Caxias, Maria Carolina Gullo caracteriza 2024 como um ano de boa empregabilidade e de aquecimento para a economia caxiense. Ela observa, no entanto, que o bom desempenho da indústria, por exemplo, vai na contramão do Estado e do país, que não apresentam resultados tão positivos neste setor.

— Nós ainda estamos colhendo frutos em relação aos bons resultados do agronegócio — detalha a economista, em referência à produção de equipamentos e máquinas agrícolas pela indústria metalmecânica da cidade.

Outro ponto, na opinião dela, é um fortalecimento do mercado interno registrado desde a pandemia. As medidas restritivas adotadas por outros países, à época, obrigaram empresas a buscarem fornecedores locais, uma tendência que se mantém e impacta, por consequência, no número de contratações até hoje. Já o avanço no setor de serviços é atribuído ao desejo dos consumidores de "adquirir" experiências.

O consumidor está preferindo viajar do que comprar um automóvel ou uma casa nova. Está dando mais importância para viver experiências. E isso pega bem a área de serviços. A outra questão é que no momento em que a indústria também está bem, ela leva os serviços junto com ela, porque boa parte dos serviços está atrelado à indústria, ou seja, são complementares —  explica Maria Carolina.

Pior desempenho do ano

Em dezembro, todos os setores da economia caxiense tiveram mais demissões do que contratações. O resultado foi a perda de 2.851 postos de trabalho.

O economista Mosár Leandro Ness diz que os dados não surpreendem, porque seguem um movimento natural e até esperado anualmente, a partir dos ajustes que as empresas promovem nos quadros de funcionários. 

— Não é uma coisa para ficarmos preocupados. O nosso estoque registrado é superior a 169 mil unidades, ou seja, o tamanho do nosso mercado de trabalho continua sendo pujante e impactante quando observado a longo prazo — opina.

Reprodução / Reprodução

Ness espera que o mercado de trabalho do município alcance o estoque de 170 mil carteiras assinadas ao longo deste ano, embora mantenha certa cautela ao opinar sobre o futuro da economia brasileira nos próximos meses. 

— Nossa esperança para esse ano é que a gente consiga manter um padrão de crescimento razoável para a economia brasileira e também para a economia do estado do Rio Grande do Sul e do município. E que o mercado de trabalho não seja tão onerado e que consiga se manter expandindo — finaliza.

Maurilia conseguiu um novo emprego pelo Sine

A auxiliar administrativo Maurilia Gonzaga de Moraes, 46 anos, está entre os trabalhadores que encerraram 2024 com a carteira assinada em Caxias do Sul. Trabalhando há 10 anos na área da saúde, em um laboratório, ela decidiu mudar de área em fevereiro do ano passado e contou com a ajuda da Agência do Sine.

— Eu já estava muito cansada, porque a área da saúde é uma área boa, mas ela desgasta muito. Então, eu pedi demissão e fui procurar outra coisa — conta.

A oportunidade veio a partir de uma postagem nas redes sociais do Sine de Caxias. Maurilia diz que ficou interessada na vaga por não haver a exigência de experiência. Outro motivador foi a função ter carga horária de segunda a sexta-feira — no outro emprego ela trabalhava também aos sábados.

Foi um ano de muita aprendizado, porque eu entrei em uma função que eu não tinha nenhum conhecimento. Aprendi muito. Além disso,  encontrei o cuidado com o ser humano, a preocupação. Acho que isso é o que faz as pessoas fiquem e gostem — comenta.

Quem, assim como Maurilia deseja começar o ano empregado, pode procurar o Sine. A agência está localizada na Rua Bento Gonçalves, 1901, Centro. O horário de funcionamento é das 8h às 12h e das 13h às 17h.




GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Resenha das Gurias

02:00 - 03:00