
A economia de Caxias do Sul cresceu 0,9% no mês de julho em comparação com junho. No acumulado do ano, o avanço chegou a 7% e, em 12 meses, a 6,9%. Quando se compara o sétimo mês de 2019 com o mesmo período do ano anterior, o resultado também é positivo: 3,9%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (3) pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e pela Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (CIC).
Na comparação de julho com o mês anterior, chamou a atenção a queda de 5,5% no setor de serviços. Os economistas não conseguiram identificar o motivo para este percentual. Mesmo assim, ponderam que se trata de um movimento atípico e que não chega a gerar preocupação, já que outros indicadores têm bons índices. No acumulado do ano, por exemplo, os serviços avançaram 8,6%.
Já o comércio cresceu 6,6% no mês de julho em relação a junho. Apesar disso, os especialistas salientaram que a base de comparação é baixa e, por isso, ainda há cautela em relação ao dado. No acumulado de 12 meses, o incremento chegou a 9,9%, mas os economistas destacam que existe especificamente uma forte influência das vendas de automóveis, caminhões e autopeças novos (38,7%). No entanto, dos outros 11 segmentos avaliados, seis apresentaram redução nos índices e quatro tiveram aumentos não tão expressivos — entre 0,12% e 2,92%.
— O varejo está andando de lado — comenta o assessor de economia e estatística da CDL, Mosár Leandro Ness.
Principal setor da economia caxiense, a indústria continua crescendo. Fechou julho com avanço de 2,6% sobre junho. No acumulado do ano, está em 3,1%. Conforme o diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC, Alexander Messias, a perspectiva é de queda no ritmo do setor. A explicação é que, ao contrário do comércio, a base de comparação é boa, porque a recuperação começou ainda no ano passado. Ainda assim, a projeção é de dados no positivo.
Perspectiva para fechamento de 2019
A quatro meses do fim de 2019, a classe empresarial acredita que a economia de Caxias fechará o ano no azul. Porém, as projeções mais otimistas após a eleição do governo Jair Bolsonaro deram lugar a uma cautela maior. Apesar de avaliar que os posicionamentos polêmicos do presidente trazem desgaste, Messias considera que a equipe econômica acerta ao tratar, por exemplo, da reforma da Previdência e da possível reforma Tributária.
— Houve uma euforia de início de governo e o dia a dia comprova as dificuldades — comenta, ao salientar que a instabilidade do mercado internacional também afeta a economia do país.
No que se refere a Caxias do Sul, os economistas ainda preferem não arriscar um percentual de crescimento. A diretora de Economia, Finanças e Estatística da CIC Maria Carolina Gullo considera que o número será positivo, mas menor que no ano passado.
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