O Índice de Preços ao Consumidor de Caxias do Sul (IPC) fechou 2014 com alta de 7,18%, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPES) da UCS. O indicador é superior ao do IPCA, a inflação no Brasil medida pelo IBGE, que registrou 6,41% de crescimento no ano passado. O número caxiense também é maior do que o governo havia fixado como meta para a inflação nacional: de 6,5%.
Conforme o diretor do IPES da UCS, Roberto Birch Gonçalves, o dado caxiense é superior ao nacional porque o poder de compra e a empregabilidade na cidade são maiores que a média nacional. Com isso, os caxienses costumam gastar mais, o que pressiona a inflação. Segundo o professor, o problema é que o indicador de Caxias registrou alta durante todos os meses de 2014:
- Essa variação do IPC mostra uma tendência de crescimento e isso não é bom. Durante esse ano de 2014, não tem nenhum mês com valores negativos. Sempre foram registrados valores positivos, embora que algumas vezes próximos a zero, mas sempre positivos - avalia Gonçalves.
Os meses de maior alta foram maio, com 0,97%, e junho, com alta de 1,47%. Mesmo assim, o economista não considera que a inflação esteja fora de controle em Caxias. A alimentação, a educação e lazer, saúde e transporte estão entre os itens que mais pesaram para o cálculo.
Também calculada pela UCS, a cesta básica terminou o ano custando R$ 665,75. Em dezembro, o índice teve alta de 0,78% em relação ao mês anterior. Os produtos que tiveram maior alta foram batata-inglesa, carne bovina, papel higiênico, frango inteiro e alface. No ano, a cesta teve alta de 7,68%. O professor avalia que o mercado externo, a seca, problemas de transporte e a sazonalidade dos produtos foram os responsáveis pelos reajustes.
- Há uma série de questões que acarretam em aumentos no preço dos alimentos. Se o transporte aumenta, o custo dos alimentos aumenta também. E isso atinge todas as classes, embora o impacto maior seja mais classes mais baixas - entende Gonçalves.
O professor avalia que o controle da inflação não passa apenas por políticas governamentais.
- O consumidor tem que tentar identificar o estabelecimento que está exagerando nos preços. Ou ainda trocar o próprio hábito num momento que determinado alimento ou produto tem alta. Por exemplo, se o tomate tiver alta, avaliar se o molho de tomate é uma substituição interessante - aponta.