
O descontentamento com a decisões recentes do poder público municipal em relação às áreas de cultura, educação, saúde e esporte — incluindo o valor reduzido destinado ao Financiarte, abaixo do previsto pela Lei 6.967, de 30 de julho de 2009 — ganhou espaço, no sábado, durante uma assembleia geral da União das Associações de Bairro (UAB), em Caxias do Sul.
— A assembleia ocorreu para que os diversos setores da sociedade dialogassem com os presidentes de bairro, expondo os cortes que vêm sendo realizados em cada uma das áreas — explica Cecília Pozza, integrante da diretoria do Conselho Municipal de Política Cultural.
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Convidada a falar em nome de quem trabalha pela cultura, a arte-educadora Cristiane Ferronatto destacou a necessidade de união entre os setores da sociedade visando maior transparência e coerência no cumprimento das leis e no gerenciamento das ações da prefeitura. Ela ressalta, porém, que numa condição ideal não se precisaria fazer esse tipo de movimento:
— Temos a sensação de precisar ficar unindo forças pra defender o óbvio. Bom mesmo seria não precisar estar instaurando inquérito nenhum, nem nada disso — diz, referindo-se ao acolhimento, pelo Ministério Público (MP), da denúncia formulada pelo vereador Rafael Bueno (PDT) e lideranças da comunidade cultural por conta do descumprimento da lei do Financiarte.
Cristiane destacou a inter-relação entre cultura, saúde e educação e apontou a importância da manutenção dos Pontos de Cultura, para ampliar o acesso da população à produção cultural.
— Nessa relação o que está em jogo é a promoção da qualidade de vida dos cidadãos — acrescenta, lembrando que o perfil cultural de Caxias cresceu muito nos últimos 20 anos, tornando-se referência no Estado e no país.
E acrescenta:
— Projetos de incentivo à cultura foram e são cruciais para essa ampliação.