Maristela Scheuer Deves
Se você é inteligente, gosta de desafios e de descobrir segredos, talvez você seja um bom candidato a uma profissão por vezes vista como algo distante e glamouroso: detetive particular. Mas como entrar para a profissão, visto que não existe uma formação regulamentada para isso? As detetives Andréa Santos e Angela Bekeredjian, a primeira com 13 e a segunda com 48 anos de atuação na área, dão algumas dicas aos aspirantes.
A primeira é começar trabalhando com um detetive estabelecido, atuando como agente, para ir aprendendo na prática os macetes da profissão. Os agentes são aqueles que auxiliam na busca de provas, responsabilizando-se, por exemplo, por seguir a pessoa investigada - o detetive também pode fazer isso, mas ele normalmente é o responsável pelo comando da operação, orientando a equipe. Andréa, que tem hoje uma agência em Caxias do Sul, conta que começou assim, trabalhando primeiramente para um detetive de Porto Alegre e, depois, para Angela, em São Paulo, até tirar sua própria carteirinha de investigadora particular.
As duas profissionais ressaltam também que a paciência é requisito fundamental.
- Já passei 12, 13 horas na rua, em cima de uma moto, de campana - conta Angela.
Da mesma forma, é preciso boa memória, seja para guardar os nomes e as histórias com as quais tenha se apresentado para um investigado, seja para armazenar as mais diversas informações que vão sendo recolhidas, até poder organizá-las para chegar à solução do problema. Outra qualidade essencial a um bom detetive particular (ou agente) é a discrição, ressalta Andréa: ele precisa preservar os segredos dos seus clientes e não deve comentar os detalhes da investigação, nem mesmo com a namorada ou alguém da família.
Andréa considera ainda que o estudo é muito importante. No mínimo, o segundo grau, e se possível buscar uma faculdade. Ela própria começou a cursar Direito, mas precisou trancar por excesso de trabalho. Estar antenado com o que acontece, seja por meio do estudo, seja da leitura de jornais, e ter uma boa cultura geral ajuda por exemplo na hora de manter conversas sobre os mais variados assuntos com alguém que se esteja investigando.
Por fim, Andréa aconselha: tenha também outro emprego, porque os trabalhos de investigação são eventuais e, muitas vezes, fora do horário comercial. Isso, é claro, também ajuda para que você se torne mais "invisível", já que tem uma profissão com a qual se apresentar - ou seja, poderá passar mais despercebido em uma investigação.
Na revista Almanaque deste final de semana, você pode conferir algumas histórias saborosas ligadas ao dia a dia das mulheres detetives.
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