Nivaldo Pereira
"Bença, Dindinha Lua, me dê carne com farinha, para dar a minha gatinha, que está presa na cozinha”. A meninada recitava assim, ao avistar o luar bonito do sertão em que nasci. Naquelas noites claras é que era bom brincar de boca de forno. Quando eu era o mandante da vez, adorava pedir coisas do fundo do quintal, como uma folha de mangueira. Muitos tinham medo do escuro, e eu também, mas em grupo, correndo e rindo, era pouco provável cair nas garras de algum bicho papão. Dindinha Lua era um farol salvador, clareando o breu da noite.
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