
Uma forma de compreender o signo de Leão é observar sua parte correspondente em nosso corpo: o coração. Anatomicamente falando, esse órgão localizado no centro do peito é uma bomba com válvulas. Pela direita, entra o sangue já esgotado, pobre em oxigênio. Em diálogo com os pulmões, o coração devolve, pela esquerda, sangue novo e oxigenado ao corpo. E a vida se torna possível, no pulsar desse incansável músculo. Tum-tum-tum-tum.
Assim também decide vibrar o Leão, como fornecedor do que potencializa e energiza o existir, indo além das condições adversas. A vida é um milagre, e cabe a Leão não deixá-la ruim nem chinfrim. Torna-se imperioso um toque original para a grandeza desse milagre. E o que seria esse impulso senão o entusiasmo e o dom de criar? Um ofício amoroso, uma arte, um filho, um celebrar de alegria: é o Sol no centro do peito, irradiando-se generosamente em mil formas luminosas.
O coração também é um dos símbolos mais ricos de nossa cultura. Representa a mais elevada instância afetiva: o amor. De tão presente, já aparece até como opção gráfica nos comentários das redes sociais. Sem essa de somente curtir: o lance mesmo é amar. Porque Leão se afina com potências máximas. É coração ligado e beat acelerado.
Não é difícil imaginar como o coração virou sede natural dos nossos sentimentos. Diante de um susto ou outro imprevisto, ele recebe uma descarga de adrenalina, a pressão arterial sobe, os batimentos se aceleram. Angústia ou euforia reverberam direto nele, na sensação de aperto no peito. Imagine um coração querendo saltar pela boca num reencontro de amor! Ou a ferroada de perder a quem se ama...
Para Leão, ser inteiro – e não há jeito de ser menos que isso – é colocar o coração na frente, o coração em tudo. Por isso, uma dor vira DOR, sempre ampliada. Vão chamá-lo de dramático, mas qual a graça de viver se o roteiro não for grandioso? E como viver sem graça? Então, o barato é ser amor da cabeça aos pés. É querer mais e sempre muito. Até a vida acabar, quando o coração parar de bater.