
A pandemia fez Caxias do Sul voltar para os anos 1990, quando as telemensagens eram um presente comum de aniversário ou em datas comemorativas. Quem tem percorrido a cidade com estas intervenções nas casas e condomínios para alegrar pessoas em isolamento é Antônio Paulo Santos, 63 anos, conhecido como Palhaço Tonho. Com o cancelamento de festas infantis, ele também precisou se reinventar.
A ideia surgiu como uma brincadeira para alegrar, principalmente, crianças e idosos que não saem de casa, mas também para manter a lembrança do trabalho como animador de festas pensando no pós-pandemia. Todas as noites, o palhaço percorre bairros diferentes da cidade, estaciona a Kombi, toca música infantil e, do portão das residências, conversa rapidamente com as famílias. Agora passou também a atender pedidos para entregar mensagens em datas comemorativas.
_ Estou fazendo tudo isso em função da pandemia. Trabalho há 35 anos com crianças, vivo de eventos, mas comecei a fazer para alegrar as pessoas, para falar da importância delas ficarem em casa. De vez em quando, alguém me dava uma gorjeta _ conta o palhaço.
Quando passou a ser procurado com mensagens encomendadas, resolveu fixar um preço por chamada. Há poucos dias, foi contratado para ler uma mensagem escrita pelos pais no aniversário de gêmeas que completavam 13 anos, por exemplo. Em algumas das passagens, ele vira atração e tira fotos com as crianças, como foi com a pequena Niki (foto), cinco anos, filha de Leandro Pressi e Daiane Dalan, no bairro Pio X.
Mesmo que a intervenção tenha virado um negócio, o palhaço diz que o número de apresentações é insuficiente para a manutenção da renda. Além de reinventar o serviço de animação de festas para o cenário de pandemia, ele também está vendendo doces.