
O presidente do Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria da Região Uva e Vinho (Segh), Vicente Perini, destacou na manhã desta sexta-feira (12), em entrevista ao programa Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra, que o feriado de Corpus Christi está com uma boa ocupação na região. Segundo ele, está com mais de 80% de lotação em Bento Gonçalves, dentro da capacidade de 50% que a rede hoteleira pode ocupar no atual momento de pandemia.
_ Se pudesse colocar mais hóspedes, hoje seria um dia que daria para colocar mais. O feriado é um grande alento_ destaca Perini.
Em dias normais, sem feriado e datas comemorativas, a média de ocupação fica em torno de 10%, chegando a 25% de ocupação em regiões mais turísticas. Além do feriado, o Dia dos Namorados é outro atrativo, principalmente para os restaurantes.
_ A maioria está com lotação dentro de suas capacidades, não tem mais reservas _ aponta o presidente do sindicato.
Perini também destaca a mudança no comportamento do consumidor neste ano. As filas nos restaurantes vão dar lugar a espera maior para o serviço de delivery. Apesar deste cenário promissor do feriado, o setor é um dos que amarga a pior crise. Em dias normais, restaurantes chegam a ter 10% de ocupação à noite. De dia, bufês tiveram de se adaptar, servindo o cliente, mas Perini destaca que o sistema sofre restrições dos consumidores. Os restaurantes deste tipo estão, em média, com 30% da capacidade, mesmo podendo ter mais público com o rodízio de pessoas no ambiente. A melhora deste cenário só ocorreria com a volta às aulas, conforme o presidente do Segh.
Estimativas do sindicato apontam que 20% dos estabelecimentos fecharam ou vão fechar as portas. As demissões estão chegando a 30% do total do quadro de 3.270 empresas atendidas pelo Segh, que geram 12 mil empregos diretos, sendo 107 empreendimentos da rede hoteleira. A dificuldade de acesso ao crédito é uma das principais do setor, mas, mesmo os que conseguiram, estão sofrendo por conta do aumento do endividamento e dos juros.
No caso de bares e casas noturnas, que ainda não abriram, Perini destaca que a situação é mais grave pois está acabando o período de suspensão de funcionários e não há previsão do retorno das atividades, e, os proprietários que aderiram ao programa do governo, não podem demitir.