Passados mais de dois anos e meio da gestão Jair Bolsonaro, as recorrentes improvisações e a falta de planejamento consistente do governo não são mais surpresas. O remendo da vez, com consequências ruins para a recuperação da economia, o bolso dos cidadãos e as finanças das empresas, é o aumento temporário da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para pessoas físicas, passa de passa de 3% para 4,08% ao ano e, para as empresas, 1,5% para 2,04%. A arrecadação extra, estimada em R$ 2,14 bilhões entre hoje e o final dezembro, será direcionada para o novo Bolsa Família. Auxiliar as famílias afetadas economicamente pela pandemia é uma acerto, mas Bolsonaro parece mais preocupado em reverter a queda de popularidade e ter melhores chances na eleição de 2022. Se não fosse assim, teria colocado mais energia em reformas da própria máquina pública, contrariando interesses de corporações e de parlamentares dos quais necessita em seu projeto de poder.
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