A Corte de Apelação de Bolonha, na Itália, negou pedido de extradição de Henrique Pizzolato e revogou a prisão cautelar do condenado pela justiça brasileira no processo do mensalão. O chefe de gabinete do Procurador-Geral da República, Eduardo Pelella, está na Europa desde a semana passada para acompanhar o julgamento. Segundo ele, o argumento dos magistrados foi que, se extraditado, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil seria submetido às condições degradantes do sistema carcerário brasileiro no cumprimento da pena que lhe foi imputada.
A decisão cabe recurso. O Estado brasileiro vai recorrer junto a Corte de Cassação, que fica em Roma. Segundo Pelella, o Ministério Público italiano aguarda detalhes da sentença, que devem sair em 15 dias, para verificar se também pode recorrer. Pizzolato não possui mais acusações por parte da justiça italiana, nem mesmo por usar documentos falsos para fugir.
Ele foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Em novembro do ano passado o Supremo Tribunal federal (STF) expediu mandado de prisão, mas Pizzolato não foi localizado, pois havia fugido para a Itália, onde usufruiu do benefício da dupla cidadania.