A adição de água não tratada e ureia no leite preocupa os consumidores. Especialmente porque na ureia foi constatado formol, substância alvo de estudo com ratos na década de oitenta e que teve seu potencial cancerígeno indicado pela Organização Mundial da Saúde. No entanto, segundo o oncologista Stephen Stefani, a possibilidade do desenvolvimento de tumores ou leucemia existiria, em tese, para pessoas que foram expostas a grande quantidade de formol e por muitos anos. Não seria o caso da concentração no leite. Mas, segundo Stefani, aquelas pessoas que consumiram o produto adulterado e apresentam qualquer desconforto devem procurar auxílio médico.
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Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre afirmou que a população não buscou até agora os postos de saúde da rede e ainda não existe uma orientação oficial para aqueles que tenham consumido o leite dos lotes modificados. Já a equipe de Vigilância em Saúde do Estado prepara uma nota técnica sobre o tema, com orientações à população.
Entenda o caso
Oito pessoas foram presas na Operação Leite Compen$ado, realizada pelo Ministério Público (MP) em três regiões do Rio Grande do Sul. No início do ano, foi descoberta uma fraude que pode gerar sérios problemas de saúde. Estão adicionando água de poço, não tratada, e ureia no leite que é transportado do produtor para postos de resfriamento, antes de chegar na indústria. O problema é que na ureia foi constatado formol, substância que causa câncer. O risco é ainda maior porque atinge todos os derivados do leite e este produto adulterado é encaminhado também para São Paulo e Paraná.