Os guerrilheiros do ELN mataram três soldados na Colômbia no primeiro ataque rebelde após a retomada das negociações de paz no início de novembro, informou o governador do departamento de Antioquia.
O ataque da guerrilha ocorreu em uma área rural do município de Anorí (noroeste), escreveu o governador Andrés Julián Rendón no "X". Cinco outros soldados e um civil ficaram feridos.
Em 7 de novembro, os delegados do presidente Gustavo Petro concordaram em retomar as negociações com a liderança do Exército de Libertação Nacional (ELN), que haviam sido suspensas por meses devido a desentendimentos e a um ataque mortal a uma base militar.
No entanto, as partes que se reuniram em Caracas não concordaram em retomar o cessar-fogo.
Uma semana depois, as forças militares mataram 13 guerrilheiros em duas operações no departamento de Bolívar e na fronteira com a Venezuela.
Petro iniciou conversações com o ELN no final de 2022, quando se tornou o primeiro esquerdista a chegar ao poder na Colômbia.
Mas o processo de paz, que busca desarmar o grupo guerrilheiro mais antigo das Américas, está constantemente em crise devido aos ataques dos rebeldes e às diferenças na mesa.
O ELN, que completou 60 anos em 2024, tem forte influência perto da fronteira com a Venezuela, no departamento empobrecido de Chocó e no departamento de Bolívar, no noroeste do país. Lá, eles frequentemente atacam as forças de segurança com carros-bomba e outros explosivos.
Por sua vez, os guerrilheiros tornaram pública sua irritação quando o governo decidiu entrar em negociações de paz com "Los Comuneros del Sur", uma facção insurgente que opera no departamento de Nariño (sudoeste).
O ELN tem cerca de 5.800 membros em todo o país, de acordo com a inteligência militar. Especialistas apontam que dentro da organização há uma profunda divisão de frentes e uma falta de coesão, o que dificulta as negociações de paz.
Petro está tentando neutralizar o conflito armado que já dura seis décadas, mantendo conversações com várias guerrilhas e gangues criminosas. Mas ele enfrenta críticas da oposição, que denuncia a deterioração da segurança pública.
* AFP