Um grupo de 17 países, incluindo 11 latino-americanos, pediu à UE que promova um "diálogo mais tangível" sobre as preocupações relacionadas à sua lei antidesmatamento, segundo uma carta à qual a AFP teve acesso nesta quarta-feira (30).
"Instamos a UE a (...) concentrar os seus esforços em abordar e corrigir questões críticas na sua abordagem atual, assim como promover uma cooperação e um diálogo mais tangíveis com os seus parceiros, inclusive em futuras revisões da legislação", indica a carta.
A controversa lei que veta a importação de produtos que causam desmatamento (conhecida pela sigla EUDR) tem sido questionada por importantes parceiros da UE.
Diante da forte pressão, a Comissão Europeia (o braço Executivo da UE) decidiu adiar a implementação da lei por um ano, para "dar às partes interessadas mais tempo para se prepararem".
Os 17 países signatários observaram na sua carta que o adiamento da implementação da lei é "um passo na direção certa".
No entanto, acrescentaram, o adiamento "deve ser seguido de grandes esforços para resolver muitas das nossas preocupações".
Segundo o grupo de países, o sistema adotado pela UE "impõe regras diferentes aos países, prejudica os países com alta cobertura florestal e cria incentivos para o desvio do comércio, prejudicando inclusive a produção sustentável e livre de desmatamento".
Por isso, acrescentaram, "instamos a UE a abandonar este sistema".
* AFP