O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, assegurou, nesta quinta-feira (17), que 10 mil soldados da Coreia do Norte estão sendo preparados para se juntar às tropas da Rússia.
O presidente ucraniano já tinha dito em 13 de outubro que a Coreia do Norte estava fornecendo soldados ao exército russo, embora não tivesse mencionado números.
Os norte-coreanos "estão preparando em seu território 10.000 soldados, mas ainda não foram trasladados para a Ucrânia ou a Rússia", disse Zelensky, após reuniões com ministros da Defesa da Otan.
"Temos informação de que a Coreia do Norte enviou pessoal técnico e oficiais para a Ucrânia, para territórios ocupados temporariamente" pela Rússia, informou.
O presidente ucraniano fez alusão aos 10.000 soldados norte-coreanos depois de uma reunião, nesta quinta-feira, com seus contrapartes da UE, mas não tinha ficado claro onde estas tropas estariam sendo treinadas.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse, por sua vez, que não havia "evidências" da participação norte-coreana com tropas no conflito.
"Não temos evidências de que solados norte-coreanos estejam envolvidos nos combates, mas sabemos, sim, que a Coreia do Norte está apoiando a Rússia", disse o chefe da aliança militar.
Pouco antes, Zelensky disse que o presidente russo, Vladimir Putin, "tenta envolver outros participantes nesta guerra" pelas "graves perdas" sofridas por seu exército.
Além disso, segundo ele, Putin teme uma mobilização de tropas em seu país, "que seria muito impopular".
Um veículo de comunicação ucraniano reportou recentemente que seis oficiais norte-coreanos foram mortos durante um ataque de mísseis ucranianos perto de Donetsk, no leste do país.
No mesmo dia, as autoridades ocidentais disseram que estavam cientes desses informes, mas que os estavam tratando com cautela por enquanto.
"Estamos acompanhando o possível envio de tropas norte-coreanas", disse um alto funcionário ocidental aos repórteres.
"A Coreia do Norte vem fornecendo munição de artilharia à Rússia para apoiar a guerra há algum tempo. E esse é um novo conjunto de relatórios que estamos acompanhando", acrescentou.
A mesma fonte disse que os relatórios se referem a entre 2.000 e 12.000 norte-coreanos, mas que, se verificado, o total real é "provavelmente próximo ao número mais baixo".
Enquanto isso, o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong-hyun, disse que Seul considerava "muito provável que houvesse baixas entre oficiais e soldados norte-coreanos na Ucrânia".
Por sua vez, o governo russo negou essa informação.
* AFP