O astrofísico franco-canadense Hubert Reeves, famoso divulgador das ciências do cosmos, morreu nesta sexta-feira (13), aos 91 anos, anunciou seu filho no Facebook.
"Minha família se une a mim na dor de ter que anunciar que o nosso querido pai foi se unir às estrelas", publicou Benoit Reeves na rede social.
Reeves, que morreu em Paris, foi um narrador notável da história do universo, a paixão de sua vida, dedicada também a promover a proteção do planeta Terra.
"Quebec perdeu hoje um divulgador ímpar, um astrofísico renomado. Hubert Reeves soube encontrar as palavras para nos fazer compreender a humanidade e o infinito. Hoje, se foi como veio, transformando em poeira das estrelas", comentou o primeiro-ministro desta província canadense francófona, François Legault.
Nascido em Montreal em 13 de julho de 1932, o cientista, de cabelos e barbas longos, tinha o dom de explicar com facilidade fenômenos físicos complexos.
À noite, em sua casa em Quebec, Reeves e sua família saíam para admirar o céu, onde ele aprendeu a reconhecer constelações usando uma folha de papelão.
Reeves se destacou em física e, aos 18 anos, já queria se tornar um astrônomo. Fez doutorado na Universidade Cornell e se tornou consultor científico da Nasa no começo dos anos 1960, antes de lecionar na Universidade da Bélgica.
Mais tarde, Reeves tornou-se diretor de pesquisa no Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França e conselheiro da Comissão de Energia Atômica do país.
Reeves escreveu livros e produziu filmes e documentários populares, todos sustentados por uma questão fundamental: o universo tem significado? Ele se tornou um defensor ambiental apaixonado, pedindo ação aos políticos.
"Temos que evitar que o planeta se torne inabitável", apelou no Palácio do Eliseu em 2014, durante uma conferência sobre o meio ambiente. "Enfrentamos uma batalha... Quem vencerá? Ninguém sabe", declarou, em um discurso emocionante.
Para Reeves, que tinha quatro filhos e oito netos, salvar o planeta era uma questão "do coração". "A ecologia não é apenas um grande problema, e sim milhões de pequenos problemas", disse à AFP durante entrevista concedida em 2018. Isso significa que as pessoas precisam "querer enfrentá-los" todos os dias.
* AFP